terça-feira, 25 de outubro de 2016

Três jovens infratores morrem em rebelião na Funase de Timbaúba

Durante motim, na madrugada desta terça (25), oito jovens ficaram feridos.
Um deles, que teve o corpo queimado, foi levado para o HR, no Recife.

Três jovens infratores morreram, na madrugada desta terça-feira (25), durante uma rebelião no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case), em Timbaúba, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, distante 98 quilômetros do Recife. Dois deles tinham 17 anos e o outro estava com 18 anos. De acordo com informações do 2º Batalhão da Polícia Militar, o motim também deixou oito rapazes feridos.

Sete adolescentes infratores seguiram para a unidade hospitalar da cidade. Um dos jovens feridos, que teve parte do corpo queimado, foi levado para o Hospital da Restauração (HR), centro de saúde de referência nesse tipo de atendimento que fica no bairro do Derby, área central do Recife. De acordo com a assessoria do HR, o rapaz está respirando com a ajuda de aparelhos e seu estado é grave.

A confusão, que teve início à 0h15, só foi controlada por volta das 2h30. Atualmente, 57 internos estão recolhidos na Funase de Timbaúba, que tem capacidade para 60 pessoas. Os internos têm entre 14 e 21 anos e cumprem medida socioeducativa por condutas comparadas a crimes de homicídio e estupro.
Segundo o tenente-coronel Rômulo Lamenha, comandante do 2º BPM, o tumulto provocou muitos estragos na unidade, que ficou destruída. Os adolescentes queimaram colchões e móveis. "Os infratores saíram de suas casas e se dirigiram ao pátio, ao prédio principal, e depredaram o prédio. Usaram parte dos utensílios e dos móveis para fazer uma barricada na segunda porta que dá acesso ao interior da unidade e lá atearam fogo", relatou o policial militar.
Os motivos da confusão ainda estão sendo investigados pela polícia, que acredita se tratar de rixa entre grupos rivais. O comando do 2º BPM pediu reforço ao Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) e ao Corpo de Bombeiros.
Seis integrantes do Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, um organismo de estado ligado às Nações Unidas (ONU), esteve na unidade socioeducativa para analisar as condições em que a rebelião ocorreu.
A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) informou que serão necessárias reformas na unidade de Timbaúba, mas ainda não divulgou o valor do prejuízo. A Funase diz ainda que vai abrir uma sindicância, que deve durar entre 20 e 40 dias, e que está dando toda a assistência às famílias dos jovens.
O delegado Rodolfo Cartaxo levou 17 jovens para a Delegacia de Timbaúba, sendo dois deles adolescentes. Os adolescentes são encaminhados para o Ministério Público. Os outros 15 vão para audiência de custódia e devem ser conduzidos para unidades prisionais.
Outras rebeliões
Esta é a quarta rebelião em 40 dias no Case de Timbaúba. Em setembro deste ano, a unidade da Funase em Timbaúba foi palco de duas confusões. Na noite de quarta-feira (7), os adolescentes queimaram colchões e quebraram celas. Não houve feridos.

Dois dias depois, um novo motim foi registrado na unidade. De acordo com o batalhão de Polícia Militar responsável pela área, ao menos 12 jovens infratores conseguiram fugir.
Os jovens atearam fogo em colchões e lençóis e quebraram as grades de algumas celas, segundo a PM. O fogo foi controlado ainda durante a madrugada e os adolescentes foram colocados nas celas.

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