quarta-feira, 30 de abril de 2014

Fundação Casa não pode ultrapassar capacidade do NAI

O laudo sobre a morte do adolescente, 17, de Araraquara, que ocorreu no Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) em São Carlos, no dia 9 de abril, foi entregue no 3º Distrito Policial. No documento, o resultado não apontou que o menor tenha sofrido agressões e a causa pode ter sido uma infecção.
Fundação Casa não pode ultrapassar capacidade do NAINa época, o Primeira Página conversou com alguns internos que participavam de audiências no Fórum Criminal e os adolescentes disseram que as duas celas existentes no local estavam superlotadas. Uma delas, com capacidade para oito jovens, estava com 12 e a outra, menor, com capacidade para apenas dois detentos, mantinha quatro adolescentes, situação que não pode mais acontecer na unidade de São Carlos.
No último dia 15 de abril, a Defensoria Pública de São Paulo obteve uma decisão judicial liminar que determina que a Fundação Casa, responsável pelo NAI, respeite a capacidade máxima da unidade de São Carlos, que é mantida pela Prefeitura.
A Justiça determinou que a Fundação Casa, apesar do número oficial de duas vagas, mantenha até oito jovens no local, quantidade de leitos disponíveis. O Magistrado decidiu, ainda, que seja justificada a superação desse limite, que não pode ultrapassar 15%, ou seja, nove adolescentes no total, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.
A superação em 15% do número de vagas em unidades da Fundação Casa é autorizada pelo Provimento nº 1.436/07 do Conselho Superior da Magistratura do Estado de São Paulo. Porém, em visita ao NAI São Carlos realizada em 27 de março, o defensor Jonas Zoli constatou superlotação muito além desse patamar, com 15 adolescentes mantidos no espaço.
O promotor Mario José Corrêa de Paula disse que a superlotação pode atrapalhar o processo socioeducativo dos adolescentes custodiados, por isso existiu uma nova ação pública da defensoria para não ultrapassar o limite de vagas.
Para o promotor, a situação de exceder as vagas passou a acontecer quando a Fundação Casa começou a trazer os menores que precisavam de custódia de toda a região, no total de 102 cidades, para São Carlos, por isso, houve a superlotação que nunca havia ocorrido.
Em dezembro de 2013, a Fundação Casa disse que ocorreria o fim da parceria, mas em fevereiro do ano seguinte, por meio de sua assessoria de imprensa, a instituição informou que manteria a parceria com a Prefeitura de São Carlos para a manutenção do NAI. Neste tempo, a Justiça ingressou com duas liminares determinando a continuidade do atendimento e foram concedidas.
A primeira decisão liminar foi concedida no dia 9 de janeiro, proibindo adolescentes de São Carlos de ficarem na cadeia. A segunda, de 30 de janeiro, tinha o objetivo de proteger a integridade dos jovens apreendidos em Araraquara, que enviaria para São Carlos esses adolescentes, já que o município não possui o equipamento de proteção como o NAI. A cidade, no entanto, abriga uma unidade da Fundação Casa.

NAI – O NAI de São Carlos é um local com infraestrutura física e funcional que reúne as Secretarias de Assistência Social e de Saúde do Município, Guarda Civil Municipal, Fundação Casa, Defensoria Pública, Ministério Público e Vara da Infância e Juventude. A unidade recebe adolescentes apreendidos pela polícia em flagrante de ato infracional, nos termos dos artigos 173 e 175 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou em virtude do cumprimento de mandado de busca e apreensão expedido pela Vara da Infância e Juventude.
A Fundação Casa é responsável por manter a custódia dos adolescentes, disponibilizando funcionários para atendimento, alimentação, vestuário, itens de higiene, serviço de enfermaria, transporte e atendimento médico emergencial.

NOVA SEDE PASSARÁ POR CORREÇÕES SEM TER SIDO USADA
A sede do Núcleo Integrado de Atendimento (NAI) “Dom Bosco”, de São Carlos, inaugurada no dia 22 de dezembro de 2012, passará por conserto e conclusão antes mesmo de ter sido utilizada. Um novo processo licitatório será realizado em no máximo em 60 dias.
A polêmica sobre a situação da nova sede do NAI começou em junho do ano passado, quando o prefeito Paulo Altomani (PSDB) declarou que a obra estava inacabada e que o espaço apenas seria utilizado quando houvesse as condições mínimas de habitação.
Na época, o prefeito apontou problemas no acabamento do prédio como falta de muros de proteção, vazamentos, falta de impermeabilização, umidade, janelas sem vedação, portas fora dos padrões, entre outros.
A partir daí, a empresa que realizou os trabalhos de construção do prédio foi notificada e após uma série de discussões, a Secretaria de Obras Públicas resolveu vistoriar novamente o local. “Fizemos uma vistoria e vimos que o prédio não estava totalmente pronto, tem muito ainda a ser consertado, por isso um orçamento para reparação, conclusão e adequação foi feito”, disse Marcio Marino, secretário da pasta.
De acordo com Marino, este orçamento ultrapassa R$ 110 mil e com isso um novo processo licitatório, para deixar o espaço em ordem, será realizado em no máximo 60 dias. “Será aberto uma licitação visando o término correto da obra e espero que no máximo em 60 dias esteja resolvida a situação”, declarou.
Sobre o atual imóvel que abriga o NAI, na rua Marechal Deodoro, a situação não parece ser tão ruim. “O prédio oferece as condições necessárias e tem respondido à demanda, não existe uma urgência para mudança, mas sempre é interessante uma melhora nas condições”, ressaltou o promotor da Infância e Juventude, Mario José Corrêa de Paula.
Com uma área total de 1.434m², o novo NAI está localizado no Complexo de Segurança, na rua Rotary Club, na Vila Marina, e a sua construção teve um investimento de R$ 690 mil.
Na época da inauguração, a Prefeitura informou que na primeira etapa foram construídos os alojamentos, refeitório e área administrativa.

http://www.jornalpp.com.br/cidades/item/59475-fundacao-casa-nao-pode-ultrapassar-capacidade-do-nai

Um comentário:

  1. MANIFESTAÇÃO
    Agressão a servidora fecha centro de saúde
    Paciente atacou funcionária de unidade de Campinas porque ela não entregou remédio com receita vencida
    THIAGO ROVÊDO - CAMPINAS

    Matheus Reche | TodoDia Imagem

    Faixas em centro de saúde indicam a paralisação dos funcionários, que não trabalharam ontem em protesto
    A agressão a uma funcionária do Centro de Saúde União de Bairros, no Vida Nova, região Sudoeste de Campinas, culminou com o fechamento da unidade durante todo o dia de ontem. Com faixas e cartazes, servidores públicos cobraram melhores condições de trabalho e mais segurança.
    Segundo informações da vítima, o paciente foi à unidade para retirar um medicamento, porém, estava com a receita vencida. Seguindo as normas reguladoras, a servidora da farmácia não lhe forneceu o remédio.

    O paciente aguardou que a trabalhadora saísse da unidade e a agrediu fisicamente.

    “A área da saúde sofre com agressões, mais verbais do que físicas, mas ocorrem essas brigas, e por isso, vamos apoiar os funcionários que aqui trabalham para que não haja mais nenhum tipo de caso assim. Precisamos do apoio do poder público a fim de evitar essas ocorrências”, afirmou a conselheira de saúde do bairro Graça Pereira.

    O STMC (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Campinas) se pronunciou em nota oficial e informou que “espera sensibilidade do governo com as demandas dos funcionários, para que o atendimento à população volte a sua normalidade.”

    Na tarde de ontem, houve uma reunião com representantes da prefeitura e dos funcionários e, após apresentarem as demandas, os servidores concordaram em reabrir a unidade de saúde, hoje, a partir das 7h.

    De acordo com a prefeitura, vigilantes particulares para garantir mais segurança às unidades têm sido contratados, além das próprias rondas da GM (Guarda Municipal), que passam diariamente em todas as localidades.

    Outras ações serão estudadas em conjunto com os trabalhadores, mas a prefeitura ressaltou que existe o programa “Comunicação Não Violenta”, que ocorre em todas as unidades favorecendo o debate para evitar casos de violência.
    já pensaram si nos da fundaçao casa fizessemos isso?

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