sexta-feira, 20 de julho de 2012

Fuga na unidade Praia Grande

Quatro adolescentes fogem da Fundação Casa de Praia Grande

De A Tribuna On-line

Quatro adolescentes fugiram da Unidade 1 da Fundação Casa de Praia Grande, na noite desta quinta-feira. Após quebrarem uma parede, os menores infratores pularam o muro e a grade de segurança do pavimento. Outros jovens tentaram fugir, mas foram impedidos por policiais. No começo da semana, uma rebelião foi feita na mesma unidade.

De acordo a assessoria de imprensa da Fundação, os adolescentes que não conseguiram fugir iniciaram um tumulto no local, fazendo muito barulho e batendo nas portas. Em função disso, a energia foi cortada no prédio, para evitar que os jovens colocassem fogo no local.

Policiais Militares fizeram uma ronda ostensiva nas redondezas, para tentar encontrar os fugitivos, mas não obtiveram sucesso. Uma sindicância foi aberta na noite desta quinta-feira para apurar as causas da fuga.
Créditos: Bruno Miani
A Polícia Militar procura por mais de 15 internos que fugiram da fundação nos últimos dias
A assessoria de imprensa informou à reportagem que a segurança deve ser aumentada no local. A administração da fundação discute a possiblidade de aumentar os muros da unidade.

Outras Ocorrências

Só este mês, esta é a quarta ocorrência em unidades da Fundação Casa. No último dia 16, internos da Fundação Casa de Praia Grande realizaram uma rebelião por volta das 19h30. Dois agentes socioeducativos foram feitos reféns no local. 

Os internos provocaram um incêndio no interior da Fundação, ateando fogo em colchões e roupas. A Equipe da Força Tática da Polícia Militar e o Grupo de Intervenção da Fundação precisaram se dirigir ao local. Três viaturas da PM e um caminhão do Corpo de Bombeiros foram mobilizados.
Créditos: Bruno Miani
No último dia 16, os internos renderam quatro funcionários e atearam fogo em colchões
A reportagem conversou com a madrasta de um dos internos e, segundo ela, o motivo da rebelião seria os maus tratos sofridos pelos menores e praticados pelos funcionários. 

Segundo a assessoria, a Corregedoria da Fundação Casa esteve no local para apurar os motivos. De acordo com informações, os detentos não tinham nenhum requerimento específico. 

Também em Praia Grande, no último dia 7, um grupo de 18 internos fugiu da Unidade 2. Por volta das 20h30, eles renderam dois agentes socioeducativos, estouraram o portão e saíram da instituição. 

Dois foram recapturados e um morreu durante tentativa de assalto. Além disso, um adolescente foi baleado de raspão na tentativa de fugir, mas não corre risco de morte. O incidente ocorreu quando o grupo era conduzido para os dormitórios - antes, estavam na quadra poliesportiva.

Já em Itanhaém, no último dia 9, também uma segunda-feira, internos fizeram quatro funcionários reféns. Após uma briga entre eles, um grupo de adolescentes iniciou uma confusão no centro socioeducativo enquanto estavam sendo levados aos dormitórios. Ninguém ficou ferido. 

Situação é preocupante, diz sindicato

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e à Família do Estado de São Paulo (Sitraemfa), Júlio da Silva Alves, que representa os funcionários da Fundação Casa, disse no ultimo dia 17, após o tumulto na noite do dia 16, que a situação em Praia Grande é preocupante. 

De acordo com ele, a unidade da Fundação casa em Praia Grande é problemática em função da localização. Ela fica no meio da comunidade, que acaba dando suporte aos internos.

Além disso, Júlio diz que as ameaças a funcionários destes centros são constantes. “Eles são abordados na rua, no caminho do trabalho, e ameaçados. Deveria haver policiamento ostensivo nas imediações destas unidades”. 

O consumo de drogas é outra questão polêmica. “Há pessoas que jogam drogas de fora para dentro destas unidades, favorecendo o abuso de entorpecentes dos internos”. Deste modo, a reabilitação dos jovens é questionada. “As medidas socioeducativas não estão tendo eficácia nestes centros. Os funcionários não conseguem cumprir seu papel frente à sociedade e acabam se tornando reféns da situação. Quando cobram certas posturas dos internos, sofrem ameaças”.

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