policial relata ameaças de que morreriam 2 PMs por região
Uma base da PM foi atingida por tiros na madrugada desta sexta
Após as recentes mortes de policiais em São Paulo, alguns PMs mostram receio do que podem encontrar nas ruas. O Terra conversou com policiais em serviço nesta sexta-feira e a maioria foi contundente em dizer que a ordem é permanecer em alerta. Um PM que estava de serviço na região central de São Paulo disse que há uma semana se ouvia falar em ataques na capital. "Ouvi boatos de dentro da PM, falando que eles tinham recebido a informação de que iriam morrer dois policias por região, em resposta à morte de homens do PCC", disse o policial, que não quis se identificar, se referindo ao Primeiro Comando da Capital - facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas.
O policial lembra que em 2006, quando houve uma série de ataques, a corporação também foi pega de surpresa. "Naquele ano foi igual, só ficaram sabendo depois que 'estourou a bomba'", completou.
Outro soldado, que também pediu para não ser identificado, relatou que está apreensivo com os ataques. "Estou apreensivo, mas estamos preparados", disse. Quando perguntado sobre as chances de ocorrer um fato semelhante ao de 2006, ele foi enfático: "não, isso não vai acontecer. Acho difícil, porque naquela ocasião a gente perdeu muito, mas eles perderam muito mais do que a gente", disse.
Quando perguntado sobre as orientações do alto comando, o PM disse que recebeu orientação para tomar cuidado quando estiver à paisana. "No horário de trabalho não recebemos orientação nenhuma, mas nas nossas folgas fomos aconselhados a dobrar a atenção", disse.
Sequência de crimes
Um policial militar foi morto a tiros no final da madrugada desta sexta-feira, na região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Segundo informações da assessoria da Polícia Militar, Osmar Santos Ferreira foi alvejado por volta das 5h, na avenida Prefeito Lauro. Ferido, o policial foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Grajaú, mas não resistiu aos ferimentos. O crime é mais um da recente onda de ataques a policiais em São Paulo.
Um policial militar foi morto a tiros no final da madrugada desta sexta-feira, na região do Grajaú, zona sul de São Paulo. Segundo informações da assessoria da Polícia Militar, Osmar Santos Ferreira foi alvejado por volta das 5h, na avenida Prefeito Lauro. Ferido, o policial foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Grajaú, mas não resistiu aos ferimentos. O crime é mais um da recente onda de ataques a policiais em São Paulo.
Ainda na mesma madrugada, uma base da Polícia Militar foi alvo de tiros na região de Itaquera, na zona leste de São Paulo. Segundo informações da Polícia Militar, o ataque ocorreu na rua Joapitanga, por volta das 2h. Apenas um policial estava no local no momento do ataque, e conseguiu se esconder agachado. Além da base, os tiros acertaram a vários carros, entre eles uma viatura da PM, além da janela de uma casa. Após o ataque, houve perseguição e um criminoso foi morto. Os demais bandidos conseguiram fugir.
Na noite de ontem, um policial acabou morrendo durante um confronto com criminosos na rua Henrique Sam Mindlin. Segundo a Polícia Militar, Paulo César Lopes Carvalho estava à paisana em um mercado na rua Henrique Sam Mindlin, quando três criminosos chegaram ao local para uma tentativa de assalto. Carvalho, que tinha 15 anos de corporação, reagiu e acabou sendo baleado na cabeça. Um dos criminosos foi atingido pelo PM, e também morreu. Os outros dois suspeitos fugiram em uma moto.
Todos estes crimes, associados ao ataque à uma base policial em São Mateus e à morte de um policial em Pirituba gera a expectativa sobre uma onda de ataques. Porém, o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, acredita que os ataques são "isolados" e não há ligações com facções criminosas. "É evidente que é uma ação de alto risco da polícia que combate a criminalidade e é de se esperar essas represálias isoladas, sem nada orquestrado, sem nada planejado. Estamos tranquilos com relação a isso. Não há nenhuma conotação com represália ou qualquer ação desse tipo", afirmou o secretário, em entrevista concedida na manhã da última quinta-feira, antes dos crimes em Itaquera, Capão Redondo e Grajaú.
Após morte de três policiais militares desde domingo (17), algumas informações começaram a indicar que os casos não teriam sido isolados. O comando da PM não confirma, mas segundo soldados da própria corporação pelo menos 13 policiais militares teriam sido mortos nas ultimas duas semanas.
De acordo com um polícia militar que não quis se identificar, as mortes podem ter sido ordenadas de dentro de presídios por represália a ações da PM como a operação da Rota, realizada em maio, em que seis suspeitos de integrarem uma facção criminosa foram mortos na zona leste de São Paulo.
Em Aricanduva, zona leste de São Paulo, um soldado da Cavalaria foi emboscado por seis homens em uma academia localizada na avenida Carneiro Ribeiro, por volta das 21h. Os bandidos dispararam pelo menos dez vezes contra o PM e atingiram também um aluno da academia, que ficou apenas ferido. Os criminosos não roubaram nada da academia nem das vítimas.
Outro policial militar foi baleado e morto depois de reagir a um assalto, no bairro Parque São Domingos, zona oeste, no final da tarde de quarta-feira. O PM trabalhava como segurança em uma loja de roupas, quando bandidos invadiram o estabelecimento e anunciaram o assalto.
No domingo (17), mais um policial militar foi morto quando chegava em casa, no bairro de São Mateus, zona leste de São Paulo. Segundo a polícia, o crime aconteceu por volta das 9h, quando ele chegava do mercado com a mulher e a filha.
Em São Mateus, também na zona leste, uma base da PM na avenida Luis Pires de Minas foi atacada, por volta das 23h30, por homens que ocupavam um Fiat Palio. Eles passaram atirando contra o local. Ninguém ficou ferido. A base comunitária fica a 4 km da academia onde, duas horas antes, o soldado da Cavalaria da PM foi morto.
7º vítima
Ataques continuam e mais um policial militar é morto
De A Tribuna On-line
Agência Estado
Na manhã deste sábado, mais um policial foi assassinado na Capital. O cabo Joaquim Cabral de Carvalho, pertencente ao 32º Batalhão de São Paulo, morreu em Ferraz de Vasconcelos, em São Paulo. Outros seis policiais foram mortos nosúltimos dias. Por volta das 6h da manhã, o cabo, que estava em frente a garagem de ônibus da empresa em que trabalhava como segurança, foi atingido por vários tiros. A maioria dos tiros foram na cabeça da vítima. Testemunhas afirmam que os criminosos não se preocuparam em esconder a ação das pessoas que caminham pelo local.
De acordo com a Polícia Civil da região, um carro passou algumas vezes pelo local, até que três pessoas desceram e atingiram o policial militar. A perícia segue sendo realizada e, por enquanto, ninguém foi preso.
Ataques
A Polícia Militar admitiu que os quase 100 mil policiais do Estado de São Paulo estão em alerta após os ataques O efetivo nas ruas também será reforçado. Em carta aberta à corporação, o comandante da PM, coronel Roberval Ferreira França, recomendou "cautela redobrada" e sugeriu que policiais evitem "lugares de risco". Reportagem desta sexta-feira, publicada no jornal Folha de S.Paulo, afirma que a Corregedoria da Polícia Militar e o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), investigam a suspeita de que as recentes mortes tenham sido retaliação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra a operação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), que matou seis homens em maio, na zona leste de São Paulo.
Na madrugada de sexta-feira, duas bases foram atacadas por criminosos, provocando uma sensação de insegurança entre os próprios policiais. Nesta sexta-feira, em reunião entre o comandante-geral da PM, Roberval França, e os comandantes de toda a capital, Região Metropolitana, policiamento de choque, trânsito e ambiental, houve um dilema. Havia certeza de que os ataques eram localizados, mas, se outro policial fosse morto na zona leste, por exemplo, haveria a crítica de que não tomaram as medidas necessárias para defender a tropa.
Os coronéis decidiram fazer um alerta para não serem pegos desprevenidos, como aconteceu em maio de 2006, quando tinham a informação de que haveria ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) e nada fizeram.
A PM reforçou o patrulhamento, principalmente nas zonas sul e leste, com Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Batalhão de Choque, Comando de Operações Especiais (COE), 253 policiais, 57 viaturas e 20 motos.
Havia a previsão de que fossem realizados até 20 bloqueios por área. Houve a determinação também para que policiais em serviço administrativo assumissem postos nas ruas e aqueles que estão em recesso permanecessem dentro dos quartéis.
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