A segurança das unidades socioeducativas de Mato Grosso, que é o mínimo que deveria ser oferecido pelo Estado tanto para os servidores quanto para os adolescentes infratores parece um problema ainda muito distante a ser resolvido, a exemplo do que ocorreu no último domingo (12.06) em Barra do Garças, onde na madrugada, duas viaturas da unidade foram totalmente destruídas após atearem fogo nos veículos.
De acordo com informações, os servidores do sistema socioeducativo que estavam de plantão no local só perceberam o sinistro quando o fogo estava intenso e já havia praticamente destruído os carros.
"Quando eles perceberam a situação acionaram rapidamente o Corpo de Bombeiros, mas pouco pode ser feito", contou o presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (SINDPSS), Paulo César de Souza, que acredita que os marginais atearam fogo nos veículos como forma de represália a greve da categoria que hoje completa 16 dias.
Segundo informações da Policia Civil, quem ateou foto nos veículos aproveitou que a unidade não tem portão, ou seja, sem nenhuma segurança. “Segurança essa que devia ser garantida pelo Estado aos servidores e aos menores que lá estão internados”, afirmou Paulo.
Os representantes do sindicato da categoria também destacam essa falta de segurança na unidade de Cáceres, onde recentemente houve uma fuga em massa do Centro Socioeducativo da cidade. Ao todo, 13 dos 15 menores infratores que estavam internados na unidade conseguiram fugir após simularem uma briga no pátio da unidade.
“Naquele dia, os agentes foram para separar, mas acabaram sendo rendidos pelos infratores”, contou o presidente do Sindpss, acrescentando ainda, que “temos certeza que tudo isso aconteceu pelo fato do baixíssimo efetivo que temos nessas unidades”.
De acordo ainda com a direção do Sindpss, mesmo já não tendo servidores o suficiente para se garantir o mínimo de segurança nas unidades socioeducativa como a de Cáceres, a secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) ainda esta cortando o apoio do Setor de Operações Especiais (SOE).
“Sempre que se tem alguma eventualidade os servidores contam com o apoio desse grupo de agentes penitenciários, mas agora a Sejudh esta cortando esse apoio, além de servidores que foram disponibilizados temporariamente para Sinop e não retornaram para Cáceres, então, a situação lá é preocupante e pode resultar em morte de internos e até mesmo de servidores e já vamos deixar muito bem claro que se caso isso venha a acontecer a responsabilidade é totalmente dos gestores da Sejudh”, disse Paulo.
Para o presidente do Sindpss ainda, o governo do Estado tem transformado um verdadeiro caos a segurança pública ao não conceder a Revisão Geral Anual (RGA) um direito garantido em lei aos servidores.
"É muito mais fácil pressionar os profissionais da segurança pública que o governo, que nada tem feito para melhorar esse setor e é único responsável por todas essas ondas de ataques aqui no Estado. Tenho certeza que nenhum profissional da segurança pública quer estar em greve e quer essa situação, mas somos obrigados a tomar essa atitude", falou Paulo.
http://www.aguaboanews.com.br/noticias/exibir.asp?id=5550¬icia=falta_de_seguranca_e_um_problema_evidente_nas_unidades_socioeducativas_do_estado
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