sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Corregedoria apura resgate de interno na porta da Fundação Casa

Jovem de 17 anos foi levado por grupo armado quando saía para audiência.
Família cobra explicações da instituição; Polícia Civil investiga o caso.

Silveli dos Santos, tia do adolescente, pede explicações sobre o resgate do jovem  (Foto: Reprodução/EPTV)
Silveli dos Santos, tia do adolescente, pede explicações sobre o resgate do jovem (Foto: Reprodução/EPTV)

A Corregedoria Geral do Estado de São Paulo instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias do resgate de um interno de 17 anos, ocorrido na tarde de terça-feira (1º) na entrada da unidade em Ribeirão Preto (SP).
A tia do adolescente, a monitora Silveli dos Santos, acusa a direção da instituição de omitir informações sobre o caso. “Eu quero que eles [Fundação Casa] falem que vão fazer alguma coisa, porque eles falam que a responsabilidade não é deles, porque já estava de fora”, diz.

Em nota, a instituição afirmou que foram feitos todos os procedimentos necessários para localizar o jovem. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso. O adolescente ainda não foi encontrado.

Na porta da Fundação
O resgate aconteceu na tarde de terça-feira, quando o adolescente seguia para uma audiência na Vara da Infância e Juventude em Miguelópolis (SP). Segundo informações da Fundação Casa, cinco suspeitos armados chegaram à instituição em um carro e renderam um funcionário e o motorista da van que fazia o transporte do menor, no momento em que o veículo passava pelo portão.
De acordo com a instituição, o grupo fugiu com o adolescente de carro em direção à Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira e ninguém foi localizado.

De acordo com a tia, o jovem cumpria medida socioeducativa há dez dias por tráfico de drogas, mas já havia passado outras vezes pela unidade. Ela não acredita na versão apresentada pela Fundação Casa de que o jovem tenha sido resgatado. “Eu acho que isso que eles falaram de resgate não cabe dentro da situação pelas condições de vida que a gente tem. Conversei com várias pessoas, com vários colegas dele, pessoas que ele enturmava para usar drogas. Ninguém sabe de nada sobre ele dever droga para alguém.”

Silveli afirma que as informações apresentadas pela direção da instituição não foram esclarecedoras, uma vez que há fatos desencontrados. Ela diz ter recebido um telefonema de uma assistente social da Fundação no dia do sumiço, afirmando que o adolescente já havia sido localizado. “Aí ontem me falaram que a informação foi errada, que não tinha encontrado ele, que ele estava por aí, por aí. A gente não sabe qual informação é a correta.”

Ainda segundo a tia do interno, a direção negou responsabilidade sobre o fato porque a ocorrência não se passou no interior da instituição. “O diretor falou que a responsabilidade não é dele, que aconteceu do lado de fora. Ele insiste no resgate, coisa que a gente acha impossível de ter acontecido. Eu entrei para buscar respostas e saí mais confusa do que eu entrei. A gente não sabe o que fazer, a quem recorrer, desde que eles tiraram a responsabilidade deles.”

Resgate do interno aconteceu em frente a unidade da Fundação Casa em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)
Resgate do interno aconteceu em frente a unidade da Fundação Casa em Ribeirão (Foto: Reprodução/EPTV)

Apuração
Em nota, a Fundação Casa informou que a Corregedoria Geral instaurou sindicância para apurar as circunstâncias do resgate ao adolescente e, paralelamente, acionou as polícias civil e militar para realizar buscas na região. A Polícia Civil investiga o caso.

Ainda segundo a instituição, os familiares dos jovens são sempre recebidos pela equipe do centro socioeducativo e informados sobre os novos fatos.
Questionada sobre a necessidade de apoio militar para fazer o transporte do adolescente, a Fundação informou que existem normas a serem seguidas para o pedido de escolta policial, que levam em consideração o tipo de ato infracional, uma classificação de comportamento do adolescente, além do local a que se destina.

A Fundação destacou que os agentes socioeducativos que acompanham os jovens não podem andar armados, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/12/corregedoria-apura-resgate-de-interno-na-porta-da-fundacao-casa-em-ribeirao-preto-sp.html

5 comentários:

  1. A corregedoria só serve para demitir funcionário e ficar apurando, apurando ,apurando .... e não punem a cúpula da instituição pelas mazelas.Cade a resolução (nível 1,2,3...) agora dificilmente pedem escolta.
    Ah quando acharem os responsáveis pelo resgate passem eles pela equipe da C.A.D. e pela corregedoria e dá uma suspensão de 5 dias.

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  2. Cadê o porte de arma? Ninguém respeita os funça. E o menor, quando irá se ressocializar? Várias passagens e continua o mesmo... Ou seja, não resolve conversas e bla bla bla. Tem que mudar a Lei. Bota na tranca direto pra ver se o cara vai fazer coisa errada! Agora, a Lei é uma maravilha pro menor, ele tira férias na Fundação.

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  3. Em dois anos de fundação, nunca vi uma van escoltada. Não pode ter contato com polícia pq isso causa constrangimento pro pobre menininho..

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  4. Cade o cumprimento do SINASE quanto ao número de 1 funcionário para cada grupo de 5 adolescentes, gostaria que o ministério público intervisse e incentivasse intensa fiscalização de acompanhamento em todos os centros da fundação CASA espalhados por todo o estado de São Paulo, tenho certeza, constatará o baixo número do efetivo no setor A.A.S. sem falar na precariedade oferecida pela medida socioeducativa ineficaz e incapaz de ressocializar provada pelo alto índice de reincidência, quanto ao A.A.S. um ser desqualificado como educador social, vive estressado pela árdua rotina das doze horas. Atenção senhores autoridades competentes, o sistema pede atenção e principalmente reflexão.

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  5. sem contar os baixíssimos salários..... insegurança total

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