Servidores da Socioeducação param atividades em Cascavel, no Paraná

Categoria aprovou em assembleia na segunda (10) um indicativo de greve.
Trabalhadores são contra o pacote de medidas do governo do estado.

Servidores do Cense 2 de Cascavel, no oeste do Paraná, estão paralisados desde o início da manhã desta quarta-feira (11) (Foto: Sindsec / Divulgação)

Servidores do Centro de Socioeducação 2 (Cense 2) de Cascavel, no oeste do Paraná, iniciaram uma paralisação na manhã desta quarta-feira (11). O grupo reivindica, entre outros, melhorias nas condições de trabalho, como a criação do plano de cargos e salários da categoria.

Os trabalhadores também são contra o pacote de medidas anunciados pelo governo do estado.

“A socioeducação no Paraná está abandonada há muito tempo. Falta muita coisa. Trabalhamos sem condições em um ambiente de insalubridade. Falta comida, falta muita coisa”, apontou o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Socioeducação do Paraná (Sindsec), Algemiro de Oliveira. “E, caso o ‘pacotaço’ seja aprovado na Assembleia Legislativa, a situação do funcionalismo do estado vai piorar ainda mais.”

Apesar da paralisação, Oliveira garantiu que estão sendo mantidas as atividades mínimas, como alimentação, segurança e saúde dos cerca de 75 adolescentes mantidos no Cense 2. A categoria aprovou em assembleia realizada na segunda-feira (9) um indicativo de greve e anuncia para sexta-feira (13) uma paralisação por tempo indeterminado. Outras unidades do estado aguardam as recomendações do sindicato sobre os rumos do movimento.

O Paraná conta com 18 censes e sete casas de semiliberdade, que são administrados pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social e juntos oferecem 1.1 mil vagas. Nas unidades, os adolescentes apreendidos recebem atendimento integrado, com escolarização, cursos de qualificação profissional, acompanhamento psicológico e oficinas culturais e atividades esportivas.
'Pacotaço'

O pacote de medidas foi apresentado aos deputados estaduais em regime de urgência no dia 4 de fevereiro e visa equilibrar as finanças do estado.

O “pacotaço”, como é chamado, faz parte da segunda etapa de um ajuste fiscal que começou em 2014, com o aumento da alíquota de impostos. O objetivo é ampliar receitas e diminuir despesas da máquina pública, afirma o governo estadual. Além dos servidores da socioeducação, trabalhadores da educação – em greve desde segunda – e da saúde estão mobilizados contra as mudanças propostas.

A votação do 'pacotaço' foi suspensa na terça-feira (10) após manifestantes invadirem e ocuparem o plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Além de reinvindicar melhores condições de trabalho, categoria também é contra o pacote de medidas anunciado pelo governo do estado
(Foto: Sindsec / Divulgação)

http://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2015/02/servidores-da-socioeducacao-param-atividades-em-cascavel-no-parana.html