sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Funcionários do Casep de Blumenau entram em greve total a partir desta sexta-feira

Em protesto há uma semana eles suspenderam parcialmente os serviços

Funcionários do Casep de Blumenau entram em greve total a partir desta sexta-feira  Patrick Rodrigues/Agencia RBS
Faixa em frente ao Casep, no bairro Fortaleza, anuncia paralisaçãoFoto: Patrick Rodrigues / Agencia RBS

Quinze funcionários do Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) vão cruzar os braços a partir desta sexta-feira. Há cerca de uma semana eles suspenderam visitas e mantém apenas os serviços essenciais, como higiene e alimentação dos internos. O principal motivo da paralisação é o atraso nos pagamentos. O depósito deveria ter acontecido em 6 de fevereiro. 

Hoje o Casep de Blumenau tem 20 internos. Há, ao todo, 25 funcionários, sendo que 15 deles sinalizaram a adesão à greve. Todos são educadores que mantém contato direto com os adolescentes infratores. 

A decisão de começar efetivamente a greve foi tomada em assembleia da categoria na manhã desta terça-feira, em Joinville. A reunião foi liderada pelo Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, Orientação e Formação Profissional do Estado de Santa Catarina (Senalba-SC). Durante o encontro ficou determinado que os salários devem ser depositados em até 72 horas, caso contrário, a paralisação total terá início. O prazo encerra nesta sexta-feira. Além de Blumenau, as unidades do Casep de Joinville e Caçador também aderiram ao movimento. 

— Desde o ano passado tem acontecido com frequência atrasos nos pagamentos. É uma situação que os trabalhadores não podem passar. Todos têm família e contas a pagar — explica Joaquim Carneiro, presidente do Senalba-SC. 

Os funcionários do Casep de Blumenau, Joinville e Rio do Sul são contratados pela Associação Opção de Vida (Aprat), organização não governamental responsável pela administração das três unidades. Leocádia Riba, gerente administrativa da Aprat, explica que o pagamento dos funcionários são feitos com verbas repassadas pelo Estado por meio de convênios. No final do ano passado o contrato antigo encerrou e um novo ainda precisa ser assinado. 

— Dependemos do Estado para pagar os funcionários. Por enquanto, não temos sinalização de que algo efetivo será feito nesta semana — afirma Leocádia. 

O diretor do Departamento de Administração Socioeducativo (Dease), Roberto Augusto Carvalho Lajus, acredita que na sexta-feira os documentos necessários para a liberação dos recursos sejam assinados pelo governador Raimundo Colombo. Lajus explica que ainda não foi necessário enviar reforço de funcionários à unidade de Blumenau. 

— Estamos mantendo contato direto com a Aprat para resolver a questão e liberar os valores o quanto antes — afirma Lajus. 

Unidade pedirá reforço 

O coordenador do Casep de Blumenau, Ivan Góes, vai pedir nesta quinta-feira o reforço de pessoal. Com mais da metade dos funcionários em greve a partir desta sexta-feira, a prioridade é manter os serviços essenciais e a segurança de quem continuará trabalhando. 

— Vou procurar hoje (quinta-feira) resolver esta questão. Não será possível ficar sem tantos funcionários — acredita Góes.

JORNAL DE SANTA CATARINA


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