terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Ilegalidade no Sistema Socioeducativo de Goiás

A repressão aos adolescentes em conflito com a lei e aos servidores do Sistema Socioeducativo é a marca da atual gestão do Governo estadual de Goiás. 

Policiais militares estão no lugar de agentes socioeducativos após uma greve dos servidores em 2014.

Desde outubro de 2014, PMs estão custodiando os adolescentes. O Governo publicou o Decreto nº 7809, de 26 de fevereiro 2013, que trata sobre o trabalho da PM na segurança interna e externa das unidades.
 
O presidente da ASSED (Associação dos Servidores do Sistema Socioeducativo), Silas Donizete, afirma que o documento foi elaborado para intimidar os servidores para não entrarem em greve. Em maio de 2014, a categoria efetuou uma paralisação dos serviços mesmo assim. Posteriormente, o Governo colocou o decreto em prática. 

Em 1º de Janeiro todos os servidores em cargos comissionados também foram exonerados. Silas explica que o papel da Polícia Militar é o de restabelecer a ordem nos casos em que as unidades saem do controle e os servidores não conseguem reverter tais situações limite. A polícia só deve ser usada em caráter excepcional. Em casos de falência do Sistema.

─ E o que a gestão atual demonstra é que o Sistema Socioeducativo no estado de Goiás está falido. O pouco que se faz em socioeducação é contando com a presença permanente da PM, que deveria estar nas ruas fazendo a segurança da população e não executando a guarda e vigilância dos adolescentes em conflito com a lei ─ esclarece Silas.

O jornal Popular de Goiânia mostrou, em uma reportagem no último dia 14, que "40% dos nomeados no último concurso público pediram afastamento por não suportar a carga de trabalho e o clima de insegurança nas unidades".


O Sistema Socioeducativo goiano é responsável atualmente pela custódia de aproximadamente 600 adolescentes que cometeram atos infracionais. O Estado administra nove unidades de internação. No CASE (Centro de Atendimento Socioeducativo) de Luziânia, há 70 adolescentes para 7 agentes socioeducativos.

A categoria também reivindica Concurso Público urgente. Atualmente existem poucos servidores por causa das demissões e a saída da PM das unidades pode provocar um caos sem precedentes no Sistema Socioeducativo goiano. Segundo a ASSED, é necessário um concurso para preenchimento de pelo menos 500 vagas.

O presidente da Associação, Silas Donizete, enfatiza que o Estado precisa treinar e aparelhar os servidores, valorizar a categoria com um Plano de Cargos, Carreiras e Salários decente.

As visitas também reclamam da custódia dos filhos está com a Polícia Militar. Elas criticam o tratamento dado pelos policiais aos adolescentes. Silas também acrescenta que os internos precisam que o Governo disponibilize um local digno para desenvolver um programa de escolarização e cursos profissionalizantes para os adolescentes.


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