Advogado e família denunciaram situação precária em Pradópolis (SP).
Adolescentes foram apreendidos após terem roubado sorveteria.
Os dois adolescentes, de 15 e 16 anos, que estavam em uma cela da cadeia de Pradópolis (SP) desde a semana passada foram transferidos nesta terça-feira (2) para uma unidade da Fundação Casa após esperar oito dias pelas vagas. As famílias dos menores acusaram a Polícia Civil de maus-tratos e, segundo o advogado de um deles, foram abrigados em péssimas condições. Eles foram apreendidos no dia 24 de novembro por suspeita de terem roubado uma sorveteria em outubro.
“Prorrogaram por mais três dias a internação provisória em uma delegacia de polícia onde funciona cadeia feminina, em uma cela onde ficam apenas mulheres”, afirma Mesquita. “O menor pode ficar em delegacia de polícia, desde que haja instalação apropriada, o que não era o caso. Se a pessoa tem ciência de que o local é inadequado, como manda para lá?”, questiona o advogado.
Procurada pela reportagem do G1, a juíza Daniela Dias Gracioto Martins, da Vara da Infância e Juventude de Guariba (SP), não foi encontrada para comentar a decisão pela prorrogação da internação dos menores na delegacia.
Segundo o advogado, o cômodo em que os adolescentes ficavam era inapropriado e não havia alimentação para os menores. “Eu comprei café da manhã por dois, três dias, e depois a família continuou, comprando marmita no almoço, em momento algum a administração pública levou lá”, diz. A mãe de um dos jovens afirmou também que o filho precisava urinar dentro de uma garrafa porque a cela não tinha banheiro.
Em entrevista na semana passada, o delegado seccional Claudio Otoboni negou maus-tratos na delegacia, mas afirmou que as delegacias não estão preparadas para receber adolescentes, mesmo que temporariamente. Sobre o banheiro, Otoboni afirmou que os menores usaram o banheiro de funcionários.
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