Adolescentes mataram a sangue frio e ameaçaram a polícia em Ribeirão. Mãe e padrasto do menino Joaquim foram denunciados por assassinato.
A violência
registrada em 2014 causou dor e tristeza a muitas famílias na região
de Ribeirão Preto. Segundo as investigações policiais, bandidos
mostraram crueldade em muitos casos e adolescentes chegaram a ameaçar
até mesmo a polícia quando detidos. A ousadia de alguns criminosos
surpreendeu a população e muitos acabaram presos ou mortos durante
tentativas de fuga frustradas pela polícia. Até mesmo a fuga de Roger
Abdelmassih, condenado pela Justiça a 278 anos de reclusão pelos crimes
de estupro e atentado violento ao pudor contra pacientes, encontrou
indícios na região.
O ano começou com a conclusão do inquérito sobre a morte do
menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, em Ribeirão. A mãe, Natália
Ponte, e o padrasto, Guilherme Longo, foram indiciados e são réus no
caso. Natália permanece em liberdade, mas Longo está preso desde
novembro de 2013, quando o corpo da criança foi encontrado no Rio Pardo.
Em agosto, as testemunhas de defesa e
acusação foram ouvidas pela Justiça, mas Longo e Natália não chegaram a
ser ouvidos, porque alguns depoentes não foram localizados e as audições
não evoluíram. Quando ouvido, o pai de Joaquim, Arthur Paes Marques,
disse que Natália tratou o filho como um “saco de lixo”.
Aos 18 anos, suspeito roubou dois carros por
semana , diz polícia (Foto: Carlos Trinca/EPTV)
semana , diz polícia (Foto: Carlos Trinca/EPTV)
Muito jovens no crime
Em abril, um empresário de 35 anos foi morto a tiros na frente da namorada na zona sul de Ribeirão Preto. Fabiano Lino de Azevedo havia acabado de sair do escritório onde trabalhava quando foi abordado por uma dupla e reagiu. Detido dias depois, um menor confessou o crime e surpreendeu pela frieza. “Não é a primeira, nem a última vez que uma coisa dessas vai acontecer. A culpa é dele, ele que pulou no bagulho. Reagiu, tomou tiro”, disse o jovem de 17 anos.
Em abril, um empresário de 35 anos foi morto a tiros na frente da namorada na zona sul de Ribeirão Preto. Fabiano Lino de Azevedo havia acabado de sair do escritório onde trabalhava quando foi abordado por uma dupla e reagiu. Detido dias depois, um menor confessou o crime e surpreendeu pela frieza. “Não é a primeira, nem a última vez que uma coisa dessas vai acontecer. A culpa é dele, ele que pulou no bagulho. Reagiu, tomou tiro”, disse o jovem de 17 anos.
Outro adolescente chamou a atenção ao
ser detido em Ribeirão Preto por suspeita de chefiar uma
quadrilha envolvida na explosão de caixas eletrônicos na região. Ele fez
ameaças aos policiais militares que fizeram a apreensão. “Vai morrer um
por um”, disse o jovem de 17 anos em entrevista à EPTV.
Um dos crimes mais registrados durante o
ano de 2014 em Ribeirão Preto foi o roubo de carros. Em setembro, a
Polícia Civil prendeu Jonathan Gabriel Calegari, de 18 anos. Segundo o
delegado João Osinski Junior, diretor do Departamento de Polícia
Judiciária de São Paulo Interior (Deinter - 3), Calegari roubou 80 carros desde janeiro,
cerca de dois por semana. O suspeito agia sempre armado e disfarçado
com óculos, calça e camisa social, passando uma boa imagem para se
aproximar das vítimas.
Câmeras filmaram morte de empresário de 63 anos
em Pontal (Foto: Reprodução)
em Pontal (Foto: Reprodução)
Violência em Pontal
Em Pontal, um empresário e um comerciante foram mortos em novembro e em dezembro durante tentativas de assalto. Antônio Carlos Pedro, de 63 anos, foi baleado dentro da caminhonete no momento em que saía de casa com a mulher. Dois suspeitos foram presos em Sertãozinho. Quarenta dias depois, José Marcos Manfrim, de 50 anos, foi morto na porta da loja de baterias dele - a mulher também presenciou tudo. Os assaltantes fugiram sem levar nada.
Em Pontal, um empresário e um comerciante foram mortos em novembro e em dezembro durante tentativas de assalto. Antônio Carlos Pedro, de 63 anos, foi baleado dentro da caminhonete no momento em que saía de casa com a mulher. Dois suspeitos foram presos em Sertãozinho. Quarenta dias depois, José Marcos Manfrim, de 50 anos, foi morto na porta da loja de baterias dele - a mulher também presenciou tudo. Os assaltantes fugiram sem levar nada.
Também em Pontal, o vereador e
coordenador de esportes, Júlio César de Freitas, de 47 anos, foi
assassinado. Após ser dado como desaparecido, Freitas foi achado morto
em um canavial do município. Um jovem de 19 anos foi preso e confessou o
crime. Segundo o delegado, o suspeito afirmou que decidiu matá-lo
porque sentia raiva da vítima.
Agentes e vítimas
Casos de violência também envolveram agentes penitenciários. Gil Carlos Siqueira Campos, de 49 anos, foi encontrado morto em um canavial em Serrana (SP), e Marcos Antonio Azenha, de 46 anos, foi assassinado na porta de casa em Taiúva (SP). Após os crimes, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo cobrou providências da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) com relação à segurança dos agentes penitenciários e ao esclarecimento das mortes. Segundo a entidade, as vítimas foram executadas.
Casos de violência também envolveram agentes penitenciários. Gil Carlos Siqueira Campos, de 49 anos, foi encontrado morto em um canavial em Serrana (SP), e Marcos Antonio Azenha, de 46 anos, foi assassinado na porta de casa em Taiúva (SP). Após os crimes, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo cobrou providências da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) com relação à segurança dos agentes penitenciários e ao esclarecimento das mortes. Segundo a entidade, as vítimas foram executadas.
Em março deste ano, a categoria entrou
em greve por melhorias salariais e paralisou os serviços em todo o
estado de São Paulo. Na região, os trabalhadores cruzaram os braços em
Ribeirão Preto, Pontal, Jardinópolis, Franca, Serra Azul e Taiúva.
Durante a greve, 32 menores infratores fugiram da Fundação Casa de Ribeirão Preto (SP).
Agentes
penitenciários do CDP de Ribeirão Preto em greve recusam receber cerca
de 45 presos vindos de outro CDP (Foto: Alfredo Risk/Futura
Press/Estadão Conteúdo)
Espertinho
Quem também tentou driblar a polícia foi um motociclista de 23 anos, detido ao circular no veículo sem documentação. Ele usou fita isolante e uma embalagem de leite longa vida para confeccionar uma placa falsa, que, ao contrário do esperado, não passou despercebido pelos soldados que faziam patrulhamento.
Quem também tentou driblar a polícia foi um motociclista de 23 anos, detido ao circular no veículo sem documentação. Ele usou fita isolante e uma embalagem de leite longa vida para confeccionar uma placa falsa, que, ao contrário do esperado, não passou despercebido pelos soldados que faziam patrulhamento.
Bandidos mortos
A fuga da Polícia Militar, no entanto, acabou da pior forma para cinco integrantes de uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos na região. Ao saírem do bairro Jardim Heitor Rigon para mais um crime em Ribeirão Preto, os bandidos foram surpreendidos pela polícia.
A fuga da Polícia Militar, no entanto, acabou da pior forma para cinco integrantes de uma quadrilha que explodia caixas eletrônicos na região. Ao saírem do bairro Jardim Heitor Rigon para mais um crime em Ribeirão Preto, os bandidos foram surpreendidos pela polícia.
Segundo a PM, o grupo era formado por 11
assaltantes que estavam em três carros roubados. Na fuga, o motorista
de um dos carros perdeu o controle da direção e o veículo bateu contra
árvores e caiu em uma ribanceira. Quatro homens saíram de dentro do
carro e dispararam contra a viatura da PM. Na troca de tiros, os
suspeitos morreram no local.
Em Franca, um suposto ladrão de celular acabou sofrendo um infarto enquanto
fugia da polícia. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz foi
imobilizado por um adolescente de 16 anos. O rapaz de 22 anos foi
internado no Hospital do Coração, mas não resistiu. As fotos do momento
em que o suspeito foi parado pelo menor com uma chave de braço ganharam
repercussão nas redes sociais.
Polícia
apura se golpe aplicado o por adolescente, durante fuga, teria causado a
morte do suspeito (Foto: Rafa Mendes/Arquivo Pessoal)
Barbaridade e intolerância
A crueldade com que bandidos agiram durante um assalto a uma fazenda em Brodowski (SP) deixou a população estarrecida. O caseiro Pedro Fagundes, de 49 anos, foi queimado vivo depois que um grupo roubou defensivos agrícolas do local. A vítima sobreviveu e contou à polícia que os criminosos mandaram ele escolher se queria morrer com um tiro ou queimado. Até o momento, quatro envolvidos foram presos. Na semana passada, Fagundes recebeu alta do hospital após ficar mais de um mês internado.
A crueldade com que bandidos agiram durante um assalto a uma fazenda em Brodowski (SP) deixou a população estarrecida. O caseiro Pedro Fagundes, de 49 anos, foi queimado vivo depois que um grupo roubou defensivos agrícolas do local. A vítima sobreviveu e contou à polícia que os criminosos mandaram ele escolher se queria morrer com um tiro ou queimado. Até o momento, quatro envolvidos foram presos. Na semana passada, Fagundes recebeu alta do hospital após ficar mais de um mês internado.
João Paulo morreu após ficar internado em coma
induzido (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
induzido (Foto: Arquivo pessoal/Reprodução)
Em novembro, a intolerância causou
a morte do dentista João Paulo de Moraes Camilo, de 24 anos. Ele estava
com amigos na porta de uma casa noturna quando um rapaz o agrediu com um
soco no rosto, após Camilo dizer que não tinha cigarros para dar a ele.
O jovem bateu a cabeça no asfalto e morreu por traumatismo craniano. O
estudante Gabriel Navarro, de 19 anos, considerado suspeito, teve a
prisão preventiva decretada, mas está foragido.
Outra vítima da intolerância foi o
coordenador industrial Dirceu Ramos Júnior, de 35 anos. Ele foi morto a
tiros durante o trabalho na Usina São Martinho, em Pradópolis (SP).
Segundo a polícia, o atirador, Carlos Alberto Prata, de 45 anos, matou o
ex-chefe por vingança, já que tinha sido demitido do emprego dias
antes. Prata se entregou à polícia após ter a prisão temporária
decretada.
As mortes da dona de casa Edir Cocenza
de Oliveira, de 59 anos, e da cuidadora dela, Vanessa Carla Costa Leme,
chocaram a população de Ribeirão Preto em agosto. Elas foram mortas a
tiros na casa de Edir, no bairro Quintino Facci II, e o suspeito fugiu
em seguida. No dia do velório, o marido de Vanessa se mostrou
inconformado. “Ele não matou só a minha esposa, ele matou eu e meus seis
filhos.” Dias depois, a polícia prendeu um marceneiro de 29 anos que
confessou o crime e disse que agiu de forma passional, justificando que
tinha um relacionamento extraconjugal com a Vanessa.
Abdelmassih
Em agosto, o médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres na clínica onde atuava em São Paulo, foi preso no Paraguai. Ele era considerado há três anos e foi encaminhado para o presídio de Tremembé (SP). A atual mulher de Abdelmassih é de Jaboticabal (SP) e o Ministério Público passou a investigar se uma casa alugada por pessoas ligadas à família de Larissa Sacco foi utilizada como rota de apoio para a fuga dele.
Em agosto, o médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres na clínica onde atuava em São Paulo, foi preso no Paraguai. Ele era considerado há três anos e foi encaminhado para o presídio de Tremembé (SP). A atual mulher de Abdelmassih é de Jaboticabal (SP) e o Ministério Público passou a investigar se uma casa alugada por pessoas ligadas à família de Larissa Sacco foi utilizada como rota de apoio para a fuga dele.
Jaboticabal é uma das quatro cidades
pelas quais, de acordo com o MP, o especialista em reprodução humana
pode ter passado antes de fugir para Assunção, no Paraguai.
Pedofilia
Em Jardinópolis (SP), um maratonista foi preso após mães procurarem a polícia para afirmarem que o homem era um pedófilo. A prisão de Marcos Diogo, de 31 anos, foi pedida depois que um adolescente de 16 anos e que tem problemas mentais afirmou em depoimento que havia mantido relações sexuais com Diogo e com o jornalista Paulo Ruy Pacheco, preso em outubro em Ribeirão Preto (SP) por suspeita de pedofilia. Pacheco foi levado para a Penitenciária de Tremembé (SP), porque já havia sido condenado pelo mesmo crime no Paraná.
Em Jardinópolis (SP), um maratonista foi preso após mães procurarem a polícia para afirmarem que o homem era um pedófilo. A prisão de Marcos Diogo, de 31 anos, foi pedida depois que um adolescente de 16 anos e que tem problemas mentais afirmou em depoimento que havia mantido relações sexuais com Diogo e com o jornalista Paulo Ruy Pacheco, preso em outubro em Ribeirão Preto (SP) por suspeita de pedofilia. Pacheco foi levado para a Penitenciária de Tremembé (SP), porque já havia sido condenado pelo mesmo crime no Paraná.
De acordo com o delegado Renato Savério,
responsável pelo caso, Diogo também usava uma escolinha de futebol para
aliciar crianças, que eram apresentadas ao jornalista.
Marcos Diogo se apresentou à polícia e negou as acusações de pedofilia em Jarindópolis (Foto: Ronaldo Oliveira/EPTV)
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