Adolescentes insistem nos delitos, que se mostram 'atrativos' frente ao mundo que vivem
Assaltar, vender drogas ou furtar. As ações criminosas de ‘gente grande’ tem mudado de faixa etária. Crianças e adolescentes estão engrossando as estatísticas de crimes. Mesmo com a intensa ação policial e a punição, a reincidência ainda existe.
Segundo dados da Fundação Casa, dos atuais 97 internos, 14% são reincidentes. Ou seja, ao menos 13 deles já estiveram no sistema correcional por algum delito. É como se a cada sete jovens, um já tivesse retornado à Fundação por recair no crime.
O número de menores de idade envolvidos em crimes em Araraquara, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), cresceu 26,5% entre o primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período deste ano. De 53 jovens apreendidos por ato infracional, o número passou para 67.
Para José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da Polícia Militar e ex-secretário nacional de Segurança Pública, o crime é ‘sedutor’ aos adolescentes. “O crime, num primeiro momento, seduz. Ele dá vantagens e corta caminhos para o consumo, as coisas que os jovens gostam. Depois, o crime dá poder e toma-se gosto por ver como as pessoas se submetem às suas ameaças e mentiras. Passam a não se importar com o sofrimento alheio.”
Atenção especial
A solução para minimizar esses casos não é fácil, de acordo com o especialista. “Dois pontos são fundamentais. Em primeiro lugar, a estrutura familiar em que esse jovem está inserido. Que referências em casa ele tem para resistir ao crime? Em segundo lugar vem a escola. Ela falha em termos de qualidade, não só no ensino formal”, diz.
Desse modo, o coronel reformado defende uma atenção específica com esse público. O especialista diz que Estado e prefeituras devem trabalhar em confluência de programas para sanar esses problemas. “Depois de apreendido, esse jovem precisa receber o melhor acolhimento possível na Fundação Casa. O trabalho é em identificar quem está cooptando esses menores e que sistema é usado para recuperá-lo”, conclui.
Especialista defende aplicação da pena
José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM e ex-secretário Nacional de Segurança Pública, defende que a aplicação da lei é fundamental para evitar a reincidência. “É preciso, também, dar atenção especial a jovens psicopatas e fazer valer do Estatuto da Criança e do Adolescente.” Ele acrescenta, ainda, que a maioria dos jovens e adolescentes estão fora da criminalidade. “Os infratores são número reduzido dentro da sociedade. Em Araraquara, por exemplo, não devem ser mais de cem. Cuidar disso nas cidades menores não é um desafio tão grande assim”, estima.
Aos 17 anos e prestes a ser pai, jovem quer sair do crime
No final de setembro, cinco pessoas foram detidas em flagrante por furto de veículos no São Rafael, em Araraquara. Entre eles, estava um garoto de 17 anos. Antes de ser liberado, falou de maneira informal com a reportagem. “Entrei nessa por mim mesmo, ninguém me incentivou. Se é fácil para mim que sou menor? Engano; é difícil permanecer nessa, mas agora vou criar juízo e vou arrumar um emprego, voltar a estudar.” Ao lado, o pai chorava por buscar o filho em uma delegacia pela segunda vez. Ainda pediu que o filho tivesse mais consciência, pois passava por um importante momento em sua vida. “Não repita isso, ainda mais agora que você será pai”, disse o angustiado futuro avô. (colaborou Daiane Bombarda)
http://www.cbnribeirao.com.br/noticias/cidades/NOT,0,0,1002541,De+cada+sete+internos+da+Fundacao+Casa+um+e+reincidente.aspx
Aos 9 anos, garoto é apreendido por
participar de assaltos;
vítimas diziam que ele era violento
(Marcos Leandro/Tribuna Impressa)
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O número de menores de idade envolvidos em crimes em Araraquara, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), cresceu 26,5% entre o primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período deste ano. De 53 jovens apreendidos por ato infracional, o número passou para 67.
Para José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da Polícia Militar e ex-secretário nacional de Segurança Pública, o crime é ‘sedutor’ aos adolescentes. “O crime, num primeiro momento, seduz. Ele dá vantagens e corta caminhos para o consumo, as coisas que os jovens gostam. Depois, o crime dá poder e toma-se gosto por ver como as pessoas se submetem às suas ameaças e mentiras. Passam a não se importar com o sofrimento alheio.”
Atenção especial
A solução para minimizar esses casos não é fácil, de acordo com o especialista. “Dois pontos são fundamentais. Em primeiro lugar, a estrutura familiar em que esse jovem está inserido. Que referências em casa ele tem para resistir ao crime? Em segundo lugar vem a escola. Ela falha em termos de qualidade, não só no ensino formal”, diz.
Desse modo, o coronel reformado defende uma atenção específica com esse público. O especialista diz que Estado e prefeituras devem trabalhar em confluência de programas para sanar esses problemas. “Depois de apreendido, esse jovem precisa receber o melhor acolhimento possível na Fundação Casa. O trabalho é em identificar quem está cooptando esses menores e que sistema é usado para recuperá-lo”, conclui.
Especialista defende aplicação da pena
José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM e ex-secretário Nacional de Segurança Pública, defende que a aplicação da lei é fundamental para evitar a reincidência. “É preciso, também, dar atenção especial a jovens psicopatas e fazer valer do Estatuto da Criança e do Adolescente.” Ele acrescenta, ainda, que a maioria dos jovens e adolescentes estão fora da criminalidade. “Os infratores são número reduzido dentro da sociedade. Em Araraquara, por exemplo, não devem ser mais de cem. Cuidar disso nas cidades menores não é um desafio tão grande assim”, estima.
Aos 17 anos e prestes a ser pai, jovem quer sair do crime
No final de setembro, cinco pessoas foram detidas em flagrante por furto de veículos no São Rafael, em Araraquara. Entre eles, estava um garoto de 17 anos. Antes de ser liberado, falou de maneira informal com a reportagem. “Entrei nessa por mim mesmo, ninguém me incentivou. Se é fácil para mim que sou menor? Engano; é difícil permanecer nessa, mas agora vou criar juízo e vou arrumar um emprego, voltar a estudar.” Ao lado, o pai chorava por buscar o filho em uma delegacia pela segunda vez. Ainda pediu que o filho tivesse mais consciência, pois passava por um importante momento em sua vida. “Não repita isso, ainda mais agora que você será pai”, disse o angustiado futuro avô. (colaborou Daiane Bombarda)
http://www.cbnribeirao.com.br/noticias/cidades/NOT,0,0,1002541,De+cada+sete+internos+da+Fundacao+Casa+um+e+reincidente.aspx
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