É comum que a cada situação
de crime em que os autores sejam menores de 18 anos o debate sobre a
redução da maioridade penal volte à pauta. O tema gera controvérsia.
Algumas das propostas defendidas vão ao encontro do que já existe
atualmente no País, como a ideia de formar complexos exclusivos para os jovens infratores.
Atualmente, o Brasil
permite o encarceramento de adolescentes a partir dos 12 anos, porém,
esses são recolhidos a instituições específicas para adolescentes em um
regime especial
e de acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O período
máximo para a retenção do adolescente nestas instituições é de três anos
e, após cumprida a medida socioeducativa, ele é liberado sem qualquer
registro em sua ficha criminal.
Assim, uma pessoa só pode ser encaminhada a um presídio a partir dos
18 anos, quando alcança a maioridade penal. No entanto, se depender da
orientação da maioria dos partidos políticos gaúchos que se posicionaram
sobre o tema, a idade seria reduzida para 16 anos ou até 13 anos.
Levantamento realizado pelo Jornal do Comércio aponta que dos 29
partidos que lançaram candidatos nas eleições deste ano no Estado, dez
se mostram a favor da redução da maioridade penal para 16 anos, e o PTC
defende uma redução ainda mais drástica, permitindo que adolescentes
sejam encarcerados em presídios a partir dos 13 anos. DEM, PSDB, PP e
PSC já apresentaram propostas no Congresso Nacional para a redução da
maioridade penal.
Apenas cinco partidos se mostraram contrários à proposta de reduzir a
maioridade penal no Brasil. Outros seis não debateram o tema
internamente, não tendo assim uma posição formal sobre a proposta de
redução. Sete partidos não responderam as questões até o fechamento da
edição.
Ainda que parte
da população atribua o crescimento da criminalidade à participação de
adolescentes, eles integram um grupo considerado vulnerável. De acordo
com levantamento do Mapa da Violência, em 2012, a taxa de assassinatos
de jovens entre 15 e 19 anos foi de 53,8%.
No Rio Grande do Sul, foram cometidos 1.169 assassinatos e
57 latrocínios (roubo seguido de morte) em 2014, segundo dados da
Secretaria de Segurança
Pública do Estado. A Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) tem
hoje, em todo o Estado, 183 adolescentes cumprindo medidas por cometerem
assassinatos, o que representa 0,06% do total registrado no Estado
neste ano.
Em relação ao latrocínio, a Fase abriga atualmente 52 adolescentes
acusados de cometerem este crime, o que representa a quase totalidade
dos crimes dessa natureza cometidos no Rio Grande do Sul em 2014. Os
dados servem apenas como uma referência estatística, já que adolescentes
que cometam crimes contra a vida são recolhidos por um período de até
três anos. Portanto, o número de internos não representa a quantidade de
crimes cometidos por menores de 18 anos em 2014.
Fonte: UOL
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