terça-feira, 9 de setembro de 2014

A que ponto chegamos!

A ação de marginais, que hoje não estão mais escolhendo vítimas ou alvos de sua rapinagem, está cada vez mais ousada. Produtos eletrônicos, roupas, tênis e até perfumes atraem a cobiça dos amigos do alheio. Ou seja: tudo o que puder ser trocado por entorpecentes é levado por criminosos. E muitos deles são menores de idade, perigosos e que nem tentam se esconder das câmeras de vigilância pela certeza da impunidade. Ficam apenas 5 anos internados em instituições como a Fundação Casa, criadas para a contenção de menores infratores. Depois deste prazo, saem e voltam à delinquência com uma fúria ainda maior. Os maiores de idade também contam com uma ferramenta capaz de permitir a sua liberdade: o flagrante delito.
 
Por causa desta possibilidade, até assassinos confessos, caso não sejam presos em flagrante, saem pela porta da frente da delegacia, à espera do seguimento do processo e do julgamento. São anos em liberdade que lhe permitem continuar roubando e matando sem que passe um dia preso. Tudo culpa de uma legislação penal leniente e branda, que vem recebendo remendos desde sua criação, na década de 1940 do século passado. Ou seja, há mais de 70 anos. Em vez de torná-la mais eficaz e severa, estes remendos criam brechas e benefícios que reduzem ainda mais as sentenças aos criminosos, para desespero das vítimas que não estão encontrando formas de proteger seus bens e suas vidas.
 
A ousadia leva a fatos que causam indignação, como o que acometeu uma família francana, residente na Vila Exposição, no final de semana. Bandidos entraram na casa, arrombaram portas, carregaram objetos e eletrônicos e antes de fugir defecaram no quintal, usando um pano de prato que estava no varal para se limpar. O que significa isso? Deboche, ousadia ou cara-de-pau? A nosso ver, tudo isso e mais outros componentes, como falta de uma punição adequada, caso sejam presos, capaz de inibir outros marginais a agirem da mesma forma. Além de ter portas da casa danificadas e perder objetos de valor, as vítimas ainda precisam se deparar com esta situação escatológica.
 
Faltam no Brasil instrumentos capazes de punir a violência e este tipo de deboche com dureza. Não basta prometer acabar com a impunidade. Isto tem que ser uma obrigação de qualquer candidato a cargo eletivo neste ano. Não basta reclamar, se indignar ou então prometer, sem qualquer intenção de atuar de forma transparente para conseguir atualizar consistentemente o nosso Código Penal. Embora uma comissão de trabalho tenha sido instituída anos atrás, até hoje não se tem ainda uma peça que reflita as demandas do País e apresente penas duras e remova todos benefícios e brechas que permitem que o crime (organizado ou não) consiga se manter atuante, sitiando o cidadão de bem em suas casas, atrás de altos muros e sob aparatos de segurança cada vez maiores. O brasileiro merece tranquilidade para viver, andando livres em ruas e praças por todo o País. Vivendo em sociedade sabendo que os indivíduos que ameaçam a sua segurança e liberdade estão segregados, pagando integralmente por seus crimes.
 
http://www.jornalcomercio.com.br/noticia/263566/opiniao/2014/09/a-que-ponto-chegamos

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