Segundo IBGE, só 15% das cidades mineiras têm centros de atendimento para esses adolescentes
Lei. Estatuto determina que adolescentes que cometem crimes sejam levados a centros especializados
Apenas 15% dos municípios mineiros contam com unidades de atendimento
ao adolescente infrator que cumpre medidas punitivas em regime aberto. O
percentual está abaixo da média nacional (22%) e é o pior resultado dos
Estados das regiões Sul e Sudeste. Os dados fazem parte da Pesquisa de
Informações Básicas Municipais, divulgada nessa quarta pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo mostrou que dos 853 municípios de Minas, apenas 134 contam com
unidades específicas para receber e encaminhar os adolescentes que
cometeram infrações menos ofensivas. Nesses casos, os jovens cumprem
medidas socioeducativas em meio aberto, como prestação de serviços e
liberdade assistida. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), a implantação desses instrumentos é de responsabilidade das
prefeituras.
Para o sociólogo e especialista em segurança pública Moisés Augusto
Gonçalves, as informações revelam o descaso nas políticas voltadas para o
jovem no Brasil e o descumprimento da legislação. “Isso mostra que o
ECA, que está em vigor há 22 anos, até hoje não foi implementado
efetivamente. Ou seja, os gestores descumprem uma lei há duas décadas e
não são cobrados por isso”, afirma.
Ele destaca que a falta desses instrumentos pode influenciar o jovem a
partir para crimes mais violentos. “Sem essa medida, o adolescente não
vai ser acompanhado nem receber a sanção e pode se tornar um criminoso
violento. É um desrespeito com o bem-estar do adolescente e com a
segurança da sociedade”.
A gerente da pesquisa do IBGE, Vânia Pacheco, pondera que a falta das
unidades não necessariamente representa um não cumprimento das regras do
ECA. “Há casos em que os adolescentes em conflito com a lei são
encaminhados para os Centros de Referência de Assistência Social
(Cras)”, explica.
Resposta
Em nota, o governo de Minas afirmou nessa quarta que estabeleceu
dezenas de ações, iniciativas e políticas públicas voltadas ao
desenvolvimento social dos mineiros. Entre os exemplos citados está o
Piso Mineiro de Assistência Social, que garantiu verba de R$ 150 milhões
para ações em todo o Estado.
Computador
Minas é o Estado com o maior número de cidades que contam com estrutura
de assistência social, mas não têm nenhum computador. Aqui cinco
municípios no estão nessa situação. Nos demais Estados do Sudeste, não
há casos como esse. Em todo o Brasil, são 17 cidades sem o aparelho.
Deficientes
O Brasil possui 510 equipamentos de proteção social especial para
pessoas com deficiência, idosos e suas famílias. Eles estão espalhados
por 290 municípios do país, o que representa 5,2% do total. Em Minas,
são 58 unidades em 48 cidades. Isso representa 5,6% dos 853 municípios
mineiros.
Internação
Lotação. No caso dos adolescentes que precisam de internação, Minas conta com 33 unidades socioeducativas, com capacidade para 1.222 pessoas. No entanto, elas abrigam 1.563.
Lotação. No caso dos adolescentes que precisam de internação, Minas conta com 33 unidades socioeducativas, com capacidade para 1.222 pessoas. No entanto, elas abrigam 1.563.
http://www.otempo.com.br/cidades/menor-infrator-sem-assist%C3%AAncia-1.845205
Nenhum comentário:
Postar um comentário