
Visita íntima, cigarros,
contato com familiares e comida. As exigências – algumas destinadas
apenas a presos maiores de idade –, são dos adolescentes infratores de
Arapiraca que ameaçam fazer uma rebelião na Delegacia do Menor Infrator
caso as reivindicações não sejam atendidas. Sem local para encaminhar os
jovens, a delegada Teíla Nogueira se vê diante de um problema grave.
Após promoverem um
quebra-quebra na 56ª Delegacia de Polícia Civil de Girau do Ponciano, no
Agreste de Alagoas, os 20 adolescentes quase detonaram uma rebelião na
noite desta segunda-feira (28), naquele município, alegando falta de
comida, eles danificaram quase todas as celas da unidade e foram
transferidos para Arapiraca.
Teíla Nogueira revelou que ao
final da transferência, na manhã desta terça-feira (29), os
adolescentes já ameaçavam fazer uma nova rebelião. Segundo ela, os
jovens exigem que seja incorporado à rotina da unidade a distribuição de
cigarros, a visita de familiares, a garantia de que não faltará comida e
até visita íntima.
Com a saída de Girau do
Ponciano, os adolescentes foram levados para a Delegacia do Menor
Infrator, onde também funciona a Delegacia de Defesa da Mulher,
localizada na Rua Domingos Correia, no Centro de Arapiraca. Nogueira
afirmou que a retirada dos menores de Girau se deu por conta das
condições às quais os jovens deixaram as celas da Delegacia daquele
município. “Eles destruíram a carceragem e precisaram ser transferidos
para Arapiraca”, explicou a delegada.
“Jovens que não temem a ninguém”
Com a mudança, o problema
deixou de ser de Girau e passou a ser de Arapiraca. “Há dois meses estou
à frente da delegacia (do Menor Infrator) e o local não possui
estrutura física para acondicionar os menores. As celas são improvisadas
de uma antiga casa”, explicou Teíla Nogueira.
A maioria dos menores detidos
em Arapiraca responde por roubo de motocicletas, tráfico de drogas e
homicídios. “São jovens considerados de alta periculosidade, que não
temem a ninguém; são piores que os maiores”, afirmou a delegada.
Na avaliação da delegada, a
cidade, no momento, não dispõe de um prédio adequado para os menores; a
Casa de Custódia não pode receber os adolescentes porque eles não podem
ter contato com os presos maiores de idade.
Fonte: 7Segundos
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