quarta-feira, 30 de abril de 2014

Exigindo visita íntima, menores ameaçam fazer rebelião em delegacia

Delegacia de Defesa da Mulher, em Arapiraca

Visita íntima, cigarros, contato com familiares e comida. As exigências – algumas destinadas apenas a presos maiores de idade –, são dos adolescentes infratores de Arapiraca que ameaçam fazer uma rebelião na Delegacia do Menor Infrator caso as reivindicações não sejam atendidas. Sem local para encaminhar os jovens, a delegada Teíla Nogueira se vê diante de um problema grave.
Após promoverem um quebra-quebra na 56ª Delegacia de Polícia Civil de Girau do Ponciano, no Agreste de Alagoas, os 20 adolescentes quase detonaram uma rebelião na noite desta segunda-feira (28), naquele município, alegando falta de comida, eles danificaram quase todas as celas da unidade e foram transferidos para Arapiraca.
Teíla Nogueira revelou que ao final da transferência, na manhã desta terça-feira (29), os adolescentes já ameaçavam fazer uma nova rebelião. Segundo ela, os jovens exigem que seja incorporado à rotina da unidade a distribuição de cigarros, a visita de familiares, a garantia de que não faltará comida e até visita íntima.
Com a saída de Girau do Ponciano, os adolescentes foram levados para a Delegacia do Menor Infrator, onde também funciona a Delegacia de Defesa da Mulher, localizada na Rua Domingos Correia, no Centro de Arapiraca. Nogueira afirmou que a retirada dos menores de Girau se deu por conta das condições às quais os jovens deixaram as celas da Delegacia daquele município. “Eles destruíram a carceragem e precisaram ser transferidos para Arapiraca”, explicou a delegada.
“Jovens que não temem a ninguém”
Com a mudança, o problema deixou de ser de Girau e passou a ser de Arapiraca. “Há dois meses estou à frente da delegacia (do Menor Infrator) e o local não possui estrutura física para acondicionar os menores. As celas são improvisadas de uma antiga casa”, explicou Teíla Nogueira.
A maioria dos menores detidos em Arapiraca responde por roubo de motocicletas, tráfico de drogas e homicídios. “São jovens considerados de alta periculosidade, que não temem a ninguém; são piores que os maiores”, afirmou a delegada.
Na avaliação da delegada, a cidade, no momento, não dispõe de um prédio adequado para os menores; a Casa de Custódia não pode receber os adolescentes porque eles não podem ter contato com os presos maiores de idade.
 
Fonte: 7Segundos

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