segunda-feira, 10 de março de 2014

Mãe acompanha o filho de volta à Fundação Casa

Com a foto do filho, a mãe diz que está triste, mas acredita que só assim ele poderá ter uma vida dignaA dona de casa M.A.P, 40 anos, não teve motivos para comemorar o Dia da Mulher, no sábado, preocupada que estava com a situação do filho, M.G.P.V, 17 anos, que voltou para a Fundação Casa “Andorinhas”, no bairro San Martin, em Campinas, depois de ter fugido, na quinta-feira (6), junto com outros sete internos da instituição. Na sexta-feira (7), o ajudante geral L.B.B., 39 anos, também convenceu o filho B.L.A.B, 15 anos, a retornar para a Fundação. Tanto a dona de casa como o ajudante geral sofreram muito com a decisão tomada, mas acham que só assim os filhos poderão se recuperar um dia.


Entre uma tarefa doméstica e outra, a dona de casa parou em frente à televisão ao constatar que a fuga de menores de uma instituição, tema da reportagem, tinha a ver com o local onde o filho estava internado. Deu desespero e ela ficou ansiosa para ter notícias do garoto, mas ele só ligou para ela no sábado à noite.

Viveu momentos de expectativa e não teve paz até ouvir a voz dele. “Estava assustado e com medo de ser pego, então me pediu para levá-lo de volta à Fundação", conta.


Ela, o companheiro e a madrinha do adolescente foram até a unidade, na Avenida Comendador Aladino Selmi, mas foram orientados a apresentar o menor no plantão do 1° Distrito Policial. Em plena quaresma, a família enfrentou a sua via crucis, até o momento de o adolescente ser encaminhado para a Unidade de Internação Provisória, no Jardim Amazonas, onde ficará à disposição da Justiça.


A mãe conta que o filho é usuário de drogas e já foi apreendido duas vezes por tráfico de entorpecente. “Ele me contou que não pretendia fugir, mas acabou sendo obrigado, já que todos estavam algemados juntos”. Aflita, diz que "é doloroso demais para uma mãe ver o filho preso, não tem nada pior que isso, mas ele errou e tem que pagar pelo que fez. Acredito, sinceramente, que só assim ele conseguirá ter uma vida digna. Fugir não adiantaria. Se fosse pego pela polícia seria muito pior. Apesar de tudo, estou orgulhosa da atitude dele, e só dessa forma ele conseguirá sair de lá de cabeça erguida”, conclui.

A fuga
Os oito menores estavam em uma van, na noite de quinta-feira, na Rodovia Dom Pedro I, voltando de um audiência, na Cidade Judiciária para a instituição, quando renderam e agrediram três agentes de apoio e um motorista. Os agentes foram jogadas para fora do veículo em movimento, na altura do Km 136. O motorista foi mantido refém por mais cinco quilômetros e se jogou do carro.

As vítimas foram socorridas e levadas pela Polícia Rodoviária ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Um dos internos provavelmente assumiu o volante e parou logo depois, quando o grupo fugiu. A corregedoria Geral da Fundação Casa vai instaurar sindicância para investigar as circunstâncias da fuga.

http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/03/ig_paulista/159204-mae-acompanha-o-filho-de-volta-a-fundacao-casa.html

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