A dona de casa M.A.P, 40 anos, não teve motivos para comemorar o Dia da
Mulher, no sábado, preocupada que estava com a situação do filho,
M.G.P.V, 17 anos, que voltou para a Fundação Casa “Andorinhas”, no
bairro San Martin, em Campinas, depois de ter fugido, na quinta-feira
(6), junto com outros sete internos da instituição. Na sexta-feira (7), o
ajudante geral L.B.B., 39 anos, também convenceu o filho B.L.A.B, 15
anos, a retornar para a Fundação. Tanto a dona de casa como o ajudante
geral sofreram muito com a decisão tomada, mas acham que só assim os
filhos poderão se recuperar um dia.
Entre uma tarefa
doméstica e outra, a dona de casa parou em frente à televisão ao
constatar que a fuga de menores de uma instituição, tema da reportagem,
tinha a ver com o local onde o filho estava internado. Deu desespero e
ela ficou ansiosa para ter notícias do garoto, mas ele só ligou para ela
no sábado à noite.
Viveu momentos de expectativa e não teve paz
até ouvir a voz dele. “Estava assustado e com medo de ser pego, então
me pediu para levá-lo de volta à Fundação", conta.
Ela, o
companheiro e a madrinha do adolescente foram até a unidade, na Avenida
Comendador Aladino Selmi, mas foram orientados a apresentar o menor no
plantão do 1° Distrito Policial. Em plena quaresma, a família enfrentou a
sua via crucis, até o momento de o adolescente ser encaminhado para a
Unidade de Internação Provisória, no Jardim Amazonas, onde ficará à
disposição da Justiça.
A mãe conta que o filho é usuário de
drogas e já foi apreendido duas vezes por tráfico de entorpecente. “Ele
me contou que não pretendia fugir, mas acabou sendo obrigado, já que
todos estavam algemados juntos”. Aflita, diz que "é doloroso demais para
uma mãe ver o filho preso, não tem nada pior que isso, mas ele errou e
tem que pagar pelo que fez. Acredito, sinceramente, que só assim ele
conseguirá ter uma vida digna. Fugir não adiantaria. Se fosse pego pela
polícia seria muito pior. Apesar de tudo, estou orgulhosa da atitude
dele, e só dessa forma ele conseguirá sair de lá de cabeça erguida”,
conclui.
A fuga
Os oito menores estavam em
uma van, na noite de quinta-feira, na Rodovia Dom Pedro I, voltando de
um audiência, na Cidade Judiciária para a instituição, quando renderam e
agrediram três agentes de apoio e um motorista. Os agentes foram
jogadas para fora do veículo em movimento, na altura do Km 136. O
motorista foi mantido refém por mais cinco quilômetros e se jogou do
carro.
As vítimas foram socorridas e levadas pela Polícia
Rodoviária ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. Um dos internos
provavelmente assumiu o volante e parou logo depois, quando o grupo
fugiu. A corregedoria Geral da Fundação Casa vai instaurar sindicância
para investigar as circunstâncias da fuga.
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/03/ig_paulista/159204-mae-acompanha-o-filho-de-volta-a-fundacao-casa.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário