Ministério Público não consegue liminar que veta nova unidade para aumentar número de internos em Ribeirão Preto
Obras no complexo da Fundação Casa são alvo de duas ações do Ministério Público (foto: F.L. Piton / A Cidade)
A decisão, da semana passada, vai contra o que foi solicitado pelos promotores da Infância e Juventude Ramon Lopes Neto e Luís Henrique Paccagnella. No documento enviado à Justiça, o MP pede que não seja ampliado o número atual de vagas, alegando que a construção vá ofender normas pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), e também porque Ribeirão não tem demanda para tantos jovens.
“[...] nas unidades do complexo de Ribeirão Preto encontram-se internados diversos adolescentes de cidades que distanciam mais de 100 quilômetros deste município”, traz a ação.
Segundo o promotor Ramon Lopes Neto, a distanciamento dos internos das suas cidades de origem mostra que as unidades da Fundação Casa estão mal distribuídas.
“A participação da família na recuperação do interno é menor. Por isso, a própria recuperação acaba comprometida”, diz. “E temos internos até de São José do Rio Preto [a 200 quilômetros de Ribeirão Preto]”, completou o promotor. Segundo Ramon, o MP vai recorrer da decisão.
O documento inicial enviado à Justiça pede ainda que o complexo de Ribeirão Preto se adapte ao número de internos preconizados pelo Sinase, passando das 323 vagas atuais para 90 vagas, e deixe de receber adolescentes que não fazem parte da 41ª Circunscrição Judiciária de Ribeirão Preto. Estes outros dois pedidos, entretanto, não foram alvo de julgamento na liminar, ficando para o mérito.
Construção é alvo de outra ação do MP
A obra da nova unidade em Ribeirão Preto tem rendido problemas à Fundação Casa. Além do pedido para “congelar” o número de vagas no complexo, o Ministério Público moveu outra ação civil pública pedindo que a obra seja interrompida.
O pedido foi feito depois que a Fundação Casa manteve a construção do prédio para mais 56 internos, mesmo com a obra embargada pela Prefeitura de Ribeirão Preto por falta de registro da planta. Esta ação civil pública, entretanto, ainda não teve a liminar julgada pela Justiça de Ribeirão.
Atualmente, o complexo de Ribeirão Preto possui três unidades em funcionamento: Casa Rio Pardo, com 112 vagas; Casa Ribeirão Preto, com 128 vagas; e casa Ouro Verde, com 83 vagas. Com a nova unidade, o complexo passa a ter capacidade para 379 internos.
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