quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Após rebelião, juíza pede reforço à Fundação Casa de Mogi Mirim, SP

Dois internos fugiram e dois funcionários foram feitos reféns na unidade.
Magistrada já havia feito solicitação semelhante em outra oportunidade.

Do G1 Campinas e Região

Após a fuga de três internos durante uma rebelião na Fundação Casa de Mogi Mirim (SP), entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça-feira (14), a juíza da Vara da Infância e Juventude do município, Cláudia Regina Nunes, se reuniu com o diretor da unidade para reforçar o pedido de ampliação no quadro de profissionais. Os pais dos jovens relataram à EPTV, afiliada da TV Globo, que os filhos são agredidos por funcionários da instituição. Um dos jovens foi apreendido pela PM durante a fuga.

O presidente do sindicato dos funcionários da Fundação Casa, Aldo Damião, alegou que o número de funcionários era insuficiente no momento da rebelião. "O plantão seria de sete, mas tem quatro. Mesmo com sete, é insuficiente porque você precisa de um funcionário para cada oito adolescentes", criticou. Dois funcionários foram feitos reféns durante o ato. A unidade possui 49 internos, sete a menos do que a capacidade prevista, mas nas últimas três semanas houve três rebeliões que terminaram com nove foragidos.

Preocupação
O pai de um dos adolescentes disse que a falta de profissionais começou em dezembro do ano passado. Além disso, afirmou que os jovens passaram a ser reprimidos por funcionários após o segundo motim, em 3 de janeiro. "Começaram a deixar os meninos só de cueca, o dia inteiro sentados com a cabeça para baixo. E quando erguiam, apanhavam com cassetete", explicou.

De acordo com a juíza Cláudia Regina, já existe uma solicitação de investigação aberta na Corregedoria da Fundação Casa, a pedido do Ministério Público, para que as denúncias sobre agressões sejam esclarecidas. Sobre a falta de funcionários, ela acredita que o déficit contribui para o aumento do risco de rebeliões na unidade. Caso o pedido de reforço não seja cumprido, a unidade corre o risco de ser interditada pela Justiça.

Apurações

Procurada pela EPTV, a Fundação Casa informou que o caso é considerado como "tumulto" e é apurado por meio de sindicância. Além disso, alegou que foram contratados 90 funcionários para unidades da região. A previsão é de que eles comecem a trabalhar em 20 dias.
Jovens rebelados na Fundação Casa de Mogi Mirim, SP (Foto: Reprodução / EPTV)

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