domingo, 17 de novembro de 2013

Seccional apura denúncia de tráfico dentro da Fundação Casa

A Delegacia Seccional de Franca abriu inquérito para apurar denúncia de tráfico de entorpecentes no interior da Fundação Casa. A denúncia foi feita por um adolescente internado no local. 

Segundo ele, dois funcionários lhe forneceram cocaína e maconha para, em troca, ele promover uma rebelião e colocar a culpa em determinado servidor. O objetivo dos acusados, sempre segundo o adolescente, era provocar o afastamento do colega de trabalho. A Fundação Casa informou, por meio de nota, que um dos funcionários acusados foi afastado de suas funções e o outro ainda está sendo investigado pela Corregedoria Geral.


A denúncia

A denúncia foi registrada pela direção da unidade na tarde do dia 28 de outubro. Atendendo pedido do padre Ovídio de Andrade, cogestor da Fundação Casa de Franca, a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia Seccional. O delegado assistente, Wanir José da Silveira Júnior, que presidirá o inquérito, disse que não pode se pronunciar a respeito em razão da complexidade do caso, mas confirmou que a polícia está trabalhando no mesmo. “Há, sim, um inquérito em andamento que apura denúncia de tráfico dentro da Fundação.”


Ele disse que aguarda o resultado de laudos e novos depoimentos para formalizar o inquérito e encaminhá-lo à Justiça. Em nota, a Fundação Casa também confirmou que a Corregedoria Geral da instituição, em conjunto com a Polícia Civil, investiga denúncias de tráfico no centro socioeducativo de Franca. “A atual presidência da instituição não admite e não compactua com este tipo de conduta dentro de seus centros”, diz o documento enviado pela assessoria de imprensa.


Segundo o adolescente que fez a denúncia, o funcionário acusado teria se unido a um colega para elaborar um plano que fosse capaz de tirar da unidade um outro servidor. Se o plano desse certo, o autor da ideia, segundo o adolescente, poderia reassumir seu cargo. A ideia da dupla, segundo o jovem, foi lhe fornecer drogas para que ele promovesse e liderasse uma rebelião e, também, apontasse o funcionário como o pivô da revolta interna.


Os dois funcionários teriam fechado o acordo no dia 26 de outubro. Um deles teria negociado com o adolescente e ligado de seu celular para o colega informando que estava tudo acertado. Outros três adolescentes teriam presenciado as “negociações” e foram arrolados como testemunha do caso.
Sequência
O adolescente “contratado” disse que usou uma parte das drogas que teriam sido fornecidas pelos funcionários no mesmo dia. Ele conta que, no dia seguinte à negociação, se arrependeu e por isso decidiu levar o caso ao conhecimento da direção da unidade. Ele entregou uma quantidade (não revelada) das drogas que seriam, segundo ele, sobra do que os funcionários teriam lhe passado. As drogas foram apreendidas pela polícia no dia 28 de outubro.
Até o final da manhã de quarta-feira, a unidade de Franca tinha 64 adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, que é a capacidade máxima. Cada adolescente internado gera um custo mensal médio de R$ 7 mil.

GCN

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