sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Fundação Casa Rio Piracicaba fomenta a criação artística entre adolescentes

Interpretar o mundo e aprender como se manifestar nele. Por meio de várias expressões da arte os adolescentes em regime provisório e internos da Fundação Casa (Centro de Apoio Socioeducativo ao Adolescente) Rio Piracicaba desenvolvem habilidades que os ajudam a compreender e dialogar com a sociedade, amigos, família e, principalmente, consigo mesmos, apesar da reclusão. O Jornal de Piracicaba foi até o local conhecer o trabalho de dois professores, Tony Azevedo e Fernanda Barletta. Aos poucos eles, conjuntamente com o corpo de profissionais do local, conseguem fazê-los enxergar seus próprios talentos e ter uma nova perspectiva de vida. “Quando a gente mostra que aquilo que eles produzem é realmente muito bom, eles se sentem valorizados e isso é imprescindível para que repensem seu lugar no mundo”, afirmou Fernanda. Neste sentido, Azevedo, além de promover exposições, com os trabalhos dos adolescentes, planeja para este ano uma mostra interna das obras.

Receberam a reportagem do JP o diretor da unidade Flagas Rodrigues Lopes e a supervisora técnica da região Campinas, Adriana Zoccal Avati. Os dois destacaram a importância das aulas artísticas para os adolescentes. “Buscamos desenvolver com eles um trabalho que parte das demandas que eles nos trazem. Ou seja, a partir de assuntos que eles nos falam é que trabalhos temas e promovemos algumas discussões e atividades educacionais”, explicou Lopes. Para Adriana, o tempo em que estão na fundação é importante para que se encontrem.

  Flagas Lopes Diretor da Unidade

“Toda vez que eles se dedicam a um trabalho eles têm a oportunidade de fazer isso”, disse. Na opinião de Azevedo, estar com os jovens do local também o enriquece como artista. “Não é por acaso que estou há quase cinco anos com as oficinas. Aqui tenho todo o suporte e materiais necessários para desenvolver os projetos, que tem um começo, meio e fim. Além disso, consigo apresentar para eles minha visão sobre arte e levantar reflexões sobre diversos assuntos”, destacou.
ARTISTAS - A unidade piracicabana conta com 64 adolescentes, entre 14 e 17 anos. Alguns deles cumprem penas, outros aguardam decisão do juizado sobre seus futuros. A reportagem criou uma dinâmica para preservar o nome dos adolescentes, que escolheram seus nomes fictício, abusando da criatividade: Belarmino Jakson Pires e Rodolfo Chuk Jonas. “É um momento que eu fico pensativo no desenho”, afirmou Pires. Ele contou que gosta de trabalhar com paisagens e inventar desenhos. Também relatou que o interessante nas aulas é que em cada uma delas aprendem coisas diferentes “como a relação de profundidade, claro e escuro, texturas e muitos outros”, pontuou.

Jornal de Piracicaba

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