terça-feira, 6 de novembro de 2012

Reduzir maioridade penal é inconstitucional

Nove anos após morte da filha Liana, o vereador Ari Friedenbach diz que criminoso deve responder por atos independentemente da idade

Nove anos após a morte de filha, o vereador eleito em São Paulo Ari Friedenbach (PPS) afirmou que a redução da maioridade penal no Brasil é inconstitucional. Liana Friedenbach tinha 16 anos quando, em 5 de novembro de 2003, foi morta por cinco homens - entre eles Champinha, na época com 16 anos.

"Minha postura é radicalmente contrária. A discussão é inócua. É besteira achar que diminuir a maioridade penal para 16 anos pode reduzir, também, a criminalidade", afirma em entrevista ao Portal da Band.

Segundo o advogado e vereador eleito com 22.597 votos na capital paulista, outra atitude deve ser tomada com relação aos casos que envolvem adolescentes. "Acredito que deve haver responsabilização independentemente da idade. O menor que praticar um crime em que a pena seja de 25 anos, por exemplo, deve ser detido em uma unidade específica da Fundação Casa e, após alcançar a maioridade, passar para o Sistema Prisional Comum", defende.

Friedenbach acredita que, no caso de sua filha, a Justiça foi feita. Champinha cumpriu três anos de internação na Fundação Casa. Por se tratar de um psicopata, o jovem foi interditado civilmente e está detido em um anexo da instituição por tempo indeterminado.

"Quero salvar outras Lianas"

O histórico trágico na vida de Friedenbach motivou sua entrada na vida política. De acordo com o vereador, o maior objetivo de ter ingressado neste meio é criar propostas sobre segurança e educação para que casos como o de sua filha não se repitam.

"Quero salvar as outras Lianas. Infelizmente, de lá para cá, não houve avanço nenhum, nada mudou", diz. Para ele, a única melhora após a repercussão da morte da menina foi o diálogo. "Pelo menos esse tema entrou na pauta de discussões da sociedade e do meio político."

Segundo ele, a ampliação do número de GCMs (guardas civis metropolitanos), além da melhora dos equipamentos e do treinamento dos funcionários é uma de suas bandeiras na gestão que começa no ano que vem. "Também defendo a atuação dos guardas dentro das escolas públicas, inibindo a violência", afirma.

Na área da educação, Friedenbach defende a escola de tempo integral para reduzir a exposição das crianças à criminalidade.

Caso Liana

Liana Friedenbach e o então namorado Felipe Caffé foram mortos na zona rural de Embu Guaçu, região metropolitana de São Paulo, em novembro de 2003.

O crime consistiu na tortura e assassinato do jovem Felipe, com 19 anos na época, e de Liana, por Paulo César da Silva Marques, o "Pernambuco", Roberto Aparecido Alves Cardoso, menor infrator conhecido como "Champinha", Antônio Caetano, Antônio Matias e Agnaldo Pires.

Champinha foi o responsável por levar Liana até um matagal, dar um forte golpe com um facão no pescoço da vítima, esfaquear a menina várias vezes e tentar degolá-la. Para finalizar ele golpeou a cabeça da estudante com o lado sem fio do facão, gerando um fatal traumatismo craniano na vítima.

Todos os acusados foram condenados em júri popular. Champinha segue detido em unidade da Fundação Casa.

Caso Liana motivou a prisão de quatro pessoas, além da apreensão do menor de idade Champinha

http://noticias.band.uol.com.br/brasil/noticia/?id=100000547006

Um comentário:

  1. se fosse comigo ele já estaria morto !!! Não acredito em justiça divina

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