Sem muitas explicações, São Bernardo, especialmente os moradores do
Jardim do Mar, foram surpreendidos ao saber que o bairro foi escolhido
para ter unidade de semiliberdade da Fundação Casa (Centro de
Atendimento Socioeducativo ao Adolescente).
Mais uma vez, a indelicadeza, a incapacidade e - por que não dizer? -
a incompetência dos gestores da Fundação Casa não quiseram ouvir a
sociedade, lideranças da região e nem mesmo a Prefeitura de São
Bernardo, antes de decidir o local para implantar nova unidade, mesmo
que transitória e de baixo impacto.
Entretanto, a indignação maior não é por causa da localidade, já que
ninguém quer ter unidade da Fundação Casa, presídio ou até mesmo feira
livre na rua da sua casa. A grande preocupação é sobre a decisão tomada
pelos diretores da instituição em escolher imóvel para locar a unidade
de semiliberdade em uma das áreas mais nobres e caras da cidade.
Essa situação no Grande ABC remete a um grande questionamento: se
esta ineficiência de gestão dos recursos públicos está ocorrendo em todo
o Estado de São Paulo. O mais lógico, quando se tem uma empresa ou
qualquer ramo de atividade, é se instalar em localidade que atenda às
suas necessidades, verificar o ponto e, consequentemente, o preço.
O aluguel de imóvel nos moldes do que será usado para a instalação da
unidade está orçado entre R$ 7.000 e R$ 10 mil por mês. Por que a
Fundação Casa não pesquisou ou sugeriu outros lugares com aluguel mais
reduzido? Seguramente, poderia buscar outros bairros onde o preço da
locação chegaria pelo menos à metade do valor que vai pagar no local
escolhido.
O equipamento terá capacidade para abrigar 20 menores infratores, que
passam o dia trabalhando e estudando e, à noite, se apresentam para
dormir. Entretanto, a rua escolhida (Mediterrâneo) não dispõe de
transporte público, apenas nas imediações do local, o que dificulta mais
o acesso.
A lógica de quem contrata é sempre ir em busca da melhor oferta e do
melhor preço. Nada justifica a escolha da Fundação Casa por esse imóvel
em uma área considerada nobre na cidade. O Ministério Público já foi
informado deste fato. Agora, a expectativa é de que se esse erro for
confirmado, que ele seja reparado a tempo e que não se faça desperdício
de recursos públicos.
http://www.dgabc.com.br/Columnists/Posts/73/7565/nao-ao-desperdicio-de-recursos.aspx
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