quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Cresce 40% o número de menores envolvidos com tráfico em Ribeirão



Dados da Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Ribeirão Preto (SP) mostram que aumentou o número de menores infratores em 2012. De janeiro a setembro deste ano foram registrados 390 casos de tráfico de drogas contra 278 ocorrências do tipo no mesmo período em 2011, totalizando um crescimento de 40%.
Além do tráfico, as ocorrências de furtos de veículos praticados por menores aumentaram 114%. Até setembro deste ano, foram registrados 30 casos, sendo que até o mesmo mês de 2011, o número era 14.
Segundo o psicólogo do Núcleo de Atendimento Integrado (NAI), Elvio Bono, os crimes em geral estão ligados ao consumo de drogas pelos adolescentes infratores. “A grande maioria dos menores que comete infrações consome algum tipo de substância. Isso não quer dizer que todos tenham problema com o uso de drogas”, explica. Ainda de acordo com ele, o trabalho da coordenadoria do NAI é identificar as necessidades de cada garoto que chega à instituição. “Assim podemos propor a melhor intervenção”, afirma.

Atitudes extremas
A dona de casa Eunice Nunes da Silva tem um filho de 16 anos que já foi apreendido pela Polícia Militar e é usuário de maconha. Ela conta que já tentou internar o adolescente, mas não consegue fazer o menor largar o vício. “Ele fala que não quer a internação, que quer ser bandido, mas isso eu não quero”, diz.
Para tentar evitar que o filho cometesse crimes, a dona de casa afirmou que até deu dinheiro para ele comprar a droga. “Ele confessou que não conseguia ficar sem a maconha, daí eu falei que não queria que ele fosse traficante nem fizesse nada de errado, então disse: eu te dou R$ 5 e você compra a droga. A gente pica em quatro pedacinhos e você usa duas vezes por dia, aí ele concordou comigo. Estava tudo bem, mas daí ele começou a ficar muito fora de casa”, conta.
O problema também atingiu a casa de Benícia Ribeiro dos Santos. O filho dela confessou que usava maconha desde os nove anos e que depois passou para a cocaína e para o crack. “Ele começou a roubar em casa. Pegava sacolas de lingeries que eu vendia para conseguir dinheiro. Pegou minha televisão para vender para sustentar o vício porque ele não trabalhava. É triste”.
Delegacia da Infância e Juventude em Ribeirão Preto. (Foto: Reprodução/EPTV)Delegacia da Infância e da Juventude (Diju)
em Ribeirão Preto (Foto: Reprodução/EPTV)
Trabalho
Além de ajudar menores infratores, o NAI dá suporte aos familiares deles. O trabalho é feito em parceria com a Diju e com a Fundação Casa. A coordenadora do NAI, Ana Paula de Paiva, explica que o adolescente recebe atenção especial quando é levado para lá. “Se ele fica aqui para ser ouvido pelo promotor ou juiz, ele passa pelo nosso serviço. Ele passa por um atendimento para tentarmos descobrir o motivo de ele ser infrator”.

Ana Paula conta que no caso de o adolescente sair da Fundação Casa, ele pode cumprir medidas sociais, como prestação de serviços à comunidade. A psicóloga acrescenta que todos os moradores da cidade devem ajudar os menores. “O tópico mais importante para quem vai cuidar deles é amar independente de [qualquer coisa]".

http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2012/10/cresce-40-o-numero-de-menores-envolvidos-com-trafico-em-ribeirao.html

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