O vereador eleito Ari Friedenbach (PPS) disse nesta sexta-feira, 19, que
a redução da maioridade penal não resolve a questão da violência entre
os jovens. Apesar de ter sofrido em 2003 com o assassinato de sua filha
Liana, de 16 anos, caso em que houve a participação de um menor, ele
acha que a medida é ineficaz já que estimularia os criminosos a recrutar
adolescentes ainda mais novos. "Sou contra. Seria um debate muito longo
com resultado zero, porque precisaria fazer uma nova Constituição para a
redução da maioridade", explicou ele em entrevista à TV Estadão.
No
caso de sua filha, o vereador acredita que justiça foi feita e conta
que o assassino menor de idade, Champinha, cumpriu os três anos na
Fundação Casa, mas foi considerado um psicopata e, por isso, interditado
civilmente. "Não quero ver nenhum deles, espero não olhar na cara
dessas pessoas, porque não vai me fazer bem e não vai me acrescentar em
nada".
Friedenbach
explicou que sua empreitada na política não tem a ver com sentimento de
vingança, pois dessa forma se igualaria aos assassinos de Liana. "Eu
seria tão lixo como eles. Sempre procurei agir de uma forma racional
para poder mudar a sociedade", comentou. O vereador eleito afirmou que
uma de suas preocupações abrange a violência nas escolas, cuja uma das
causas seria a ausência da imposição de limites aos jovens. "Eles
agridem o professor e ainda filmam e colocam no YouTube".
Como
solução, Friedenbach apontou que o estágio de um mês na Fundação Casa
para o aluno que comete agressão ao professor seria educativo. O
vereador disse ainda que é importante aumentar as horas diárias que os
jovens passam dentro da instituição, acrescentando cursos de dança,
teatro e esportes.
Para
assegurar a segurança nas escolas públicas, ele se disse a favor da
ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Temos que ter no mínimo um
guarda nas escolas. Ele vai intimidar o tráfico, a violência e o
estupro".
Questionado
se vai trabalhar em conjunto com a dita "bancada da segurança",
vereador respondeu que é importante o trabalho em união e com visões
diferentes. Além de Friedenbach, o vereador eleito Masataka Ota (PSB)
também perdeu seu filho, vítima de um crime brutal em 1997.
Kassab
Avaliando
a atual gestão de São Paulo, Friedenbach afirmou que prefeito Gilberto
Kassab (PSD) foi melhor nos seus primeiros anos à frente da Prefeitura.
"Algumas medidas foram boas, mas a gestão de Kassab poderia ter sido
melhor". Para ele, o projeto Cidade Limpa foi uma medida positiva, que
deixou a cidade com um visual melhor. Ele, porém, julgou que as
prioridades para o próximo prefeito devem ser o transporte público, para
"desafogar o trânsito", e o "desenvolvimento das periferias", para
levar o emprego mais perto das moradias.
Apesar
de seu partido (PPS) apoiar o candidato do PSDB, cujo candidato à
Prefeitura é José Serra, Friedenbach avaliou que não haverá problemas se
Fernando Haddad (PT) ganhar as eleições. Ele ainda condenou a posição
partidarista de políticos que não pensam na cidade como finalidade
prioritária.
A
série da TV Estadão convidou dez dos novos vereadores com maior número
de votos. O mais votado, Roberto Tripoli (PV), recusou o convite.
Ricardo Young, mais votado pelo PPS, também foi convidado, mas não vai
participar por estar fora de São Paulo. Já foram entrevistados Andrea
Matarazzo (PSDB), Conte Lopes (PTB) e Nabil Bonduki (PT).
Nenhum comentário:
Postar um comentário