sexta-feira, 14 de setembro de 2012

internos da Fundação Casa, antiga Febem, vão votar normalmente nas eleições municipais de 7 de outubro

Urnas eletrônicas instaladas no fundo da sala. O eleitor se dirige ao
aparelho, aperta os números do candidato e confirma. Tudo normal, não fosse um detalhe: os eleitores em questão são adolescentes infratores, recolhidos na Fundação Casa, a antiga Febem.
Internos das unidades de São José, Taubaté e Caraguá irão ajudar na
escolha de prefeitos e vereadores dessas três cidades. O TRE-SP
(Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) vai instalar seções
eleitorais para que os adolescentes possam votar.
Na região, 144 infratores com idade entre 16 e 21 anos irão às urnas
em 7 de outubro. O direito ao voto, garantido a esses jovens, divide
opiniões. Defensoria Pública, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e
Ministério Público são favoráveis. Nas ruas, no entanto, a população
questiona esse direito.
Se os adolescentes não podem responder por crimes como os adultos, por que terão direito de votar? Esse é o pensamento do motorista Paulo Alexandre Aparecido, de 34 anos. Ele é contra o direito oferecido aos menores infratores. “Não acho que eles devam votar, porque não estão comprometidos com causas boas para o povo”, disse o motorista.
“Primeiro, eles precisam pagar pelo o que fizeram. Só depois devem
votar”, completou o calheiro Diego Batista, de 18 anos.
Cidadania /Para o promotor da Infância e Juventude de Taubaté, Antonio Carlos Osório Nunes, permitir que os adolescentes votem é algo
importante para o exercício da cidadania. “Eles estão cumprindo medidas socioeducativas e têm os mesmos direitos dos demais eleitores”, afirmou.
De acordo com Osório, os menores têm acesso à propaganda eleitoral dos candidatos a prefeito e a vereador. “Eles assistem televisão e são informados pelos familiares, que vão até a Fundação Casa”, concluiu o promotor.

votação já aconteceu na eleição presidencial
Este será o segundo processo eleitoral que contará com a participação
de detentos provisórios e adolescentes da Fundação Casa. A primeira
participação desse grupo aconteceu durante a última eleição presidencial, realizada em 2010.
Presos do CDP de Caraguá vão às urnas
A Justiça Eleitoral também criou seções especiais dentro de centros de
detenções para que os presos provisórios possam participar das eleições municipais. No Vale do Paraíba, apenas o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Caraguatatuba vai receber uma seção eleitoral. A unidade, aliás, é a que vai receber mais eleitores entre as 18 seções, com 241 pessoas (sendo 186 detentos e 55 funcionários).
De acordo com Eliana Passarelli, assessora chefe do Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo, os presos provisórios tiveram os títulos de
eleitor transferidos para os CDPs. “Se o detento ficou em liberdade, ele
deve comparecer ao CDP para onde o título de eleitor foi transferido e
votar”, disse.

http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/32995/Menor+bandido+nao+vai+em+cana,+mas+vai+votar

Nenhum comentário:

Postar um comentário