quinta-feira, 26 de julho de 2012

Menor relata uso de drogas levadas pelos próprios funcionários

João (nome fictício) estava no grupo de 18 adolescentes que fugiu da unidade II da Fundação Casa, em Praia Grande, na última segunda-feira. O menor, que tem 16 anos, deveria ficar no centro por tempo indeterminado. Mas garante que não pretende se entregar.

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Em menos de sete meses, as unidades da Fundação Casa na Baixada Santista registraram nove rebeliões de internos – cinco em Praia Grande, duas em Itanhaém, uma em Mongaguá e outra em São Vicente. Em três dessas ocorrências, pelo menos 13 agentes ficaram feridos, 11 foram feitos reféns e 40 adolescentes conseguiram fugir.

A última confusão envolvendo os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas foi na última segunda-feira, em Praia Grande, quatro dias depois de uma rebelião em que quatro internos fugiram. Este foi o quarto tumulto registrado na Cidade somente este mês.

A gravidade da situação levou um agente da unidade de Mongaguá e um ex-servidor que atuava em uma das unidades da região a procurarem A Tribuna para denunciar (sob a garantia de anonimato) o que, segundo eles, todos sabem, mas a maioria não tem coragem de contar, por medo.

As denúncias dão conta da quantidade insuficiente de empregados, quebra de regras, indisciplina, abusos sexuais entre os menores e visita íntima sem a devida autorização legal. Diante da situação verificada nas duas unidades da Fundação Casa em Praia Grande, o Ministério Público do Estado pediu a interdição dos equipamentos. 
Créditos: Davi Ribeiro
Em menos de sete meses, as unidades da Fundação Casa na região registraram nove rebeliões – cinco em PG
Novos relatos
Na edição desta quinta-feira de A Tribuna, um novo capítulo nessas denúncias, com a entrevista do menor infrator. Além disso, moradores de residências que ficam no entorno das duas unidades da Fundação Casa, no Bairro Esmeralda, são testemunhas do excesso de liberdade que os internos têm. Segundo eles, à noite, os menores ficam conversando, à distância, com outros adolescentes, que aproveitam para jogar drogas para dentro dos centros, sobre o muro. 

Leia a entrevista com o menor infrator

Quanto tempo você ficou no centro?
Três meses.

Como está a situação?
Quando a Ong estava lá, era tudo sossegado. Aí, entrou o Estado. Agora os meninos tão apanhando lá dentro. Eu já tava ficando de tranca, nós dormindo no chão, sem cobertor, sem colchão, sem atividade nenhuma; tinha dia que nem comer nós comíamos.

Mas vocês estão apanhando de quem lá dentro?Do Grupo de Intervenção. Os funcionários que tão lá não encostam em nós, mas eles ficam com medo e chamam o Grupo de Intervenção, que chega e sai quebrando todo mundo.

Por que vocês estão dormindo no chão?Eles tão querendo fazer nós pagar veneno, tão querendo castigar por causa das coisas que vêm ocorrendo. Tão querendo cortar as visitas.

E está entrando droga lá?
Tá entrando demais.

O que entra de droga?
Maconha, cocaína, cigarro.

Como entra a droga?
É funcionário que leva.

Quantos funcionários?
Uns dois ou três. 

Os menores usam droga na frente de todo mundo?
Na frente de todo mundo. É como se fosse liberado.

E o diretor vê isso?Eu não sei dizer, não.

É verdade que uma vez entrou lanche do Mc Donald’s para os internos?
Entrou lanche, sim. Eu estava tomando coca lá dentro.

Por que estão ocorrendo essas rebeliões?
Porque a Ong saiu e nós não estamos tendo as coisas que tínhamos. A gente fica trancado, sem nada para fazer.

E quando a Ong estava lá, entrava droga também?
Entrava. Mas nós fazia (sic) tudo no escondido, para não deixar a Ong saber e atrasar nossos benefícios.

É verdade que tem um diretor de unidade que anda sem camisa no meio dos internos?
Ele não anda sem camiseta, usa os nossos cortes de cabelo, é como se fosse da rua. Um monte de nós anda com a mão pra trás. A bem dizer, ele estava na mão dos menores depois que a Ong saiu.

A Fundação Casa em Praia Grande está nas mãos dos menores?
Tá. Ali, tá, senhora. O Estado quis entrar e fazer do jeito dele. Mas eles viram que bateram a cabeça no muro.

Está faltando empregado?É muito menor para pouco funcionário.

Um comentário:

  1. sou fundionario da fundação e desde q entrei,sempre vejo esses coitadinhos dizendo ,funcionarios nos bate ,eles levam drogras,eles fazem isso e aquilo com a gente,ñ estou defendento funcionarios safados q são poucos e sim aqueles q trabalham para cuidadr desses menores criminosos,q usam sua idade para denunciar supostas agressões já q alei os protejem por serem menores,ja vi muito isso a estou apnhando,onde na verdade els estão se negando a cumprirem sua medida ,se recusando a participar de cursos,escola e sia agredindo funcionarios,tentando forçar na violencia que tudo q não pode fundaçao seja liberado para eles,como cigarros,roupas de marcas ,celulares e muito mais,para aqueles que não sabem que esse anjinhos que estão privados de sua liberdade.tem 5 refeições diarias e muitos jogam fora por querem comer beirute,enquanto aqui fora esite crianças necessitando de uma refeição digna e o estado não faz nada,esses adolecentes não denunciam quandos seua comparsas abusam das funcionarias e até dão cadeiras isso eles ñ falam.pois é se eu falar td vou ficar muito tempo digitando,não vamos nos esquecer povo brasileiro esses menores muitos deles necessitam sim de ajuda,mas a grande maioria são os verdadeiro marginais,vagabundos q não querem saber de nada acabam quebrando tudo q petence ao estado,onde quem paga as contas somos nós,não caiam nas conversas desses marginais que as leis brasileira tantos protegem,só quem esta la dentro com a faca no pescoço pra cuidar desses anjos q sabe oq se passa deverdade,mas infelismente não podems aparecer e falar por os corregedores nos punem,mas eles não estão la dentro correndo risco de morte.

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