terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tráfico de drogas lidera número de internações na Fundação Casa

Sem perspectivas, menor diz que voltará ao crime quando estiver em liberdade

06/12/2011 - 20:08
EPTV

Um levantamento feito pela Fundação Casa aponta um crescimento no número de internos envolvidos com o tráfico de drogas. Em 2009, quando o Estado tinha 7192 menores internados, 40% eram por roubo e 32% por tráfico de drogas.

Em 2010, o roubo caiu para 37,9%, enquanto que o tráfico subiu para 37,8%. Neste ano, são mais de 8,5 mil internos: 40% estão recolhidos por causa das drogas.

E em Ribeirão Preto, a situação é ainda mais crítica: metade dos menores está recolhida por envolvimento com o tráfico.

O lucro do tráfico de drogas, que chega a R$ 600 por final de semana, atrai jovens para o crime. E a fala daqueles que estão internados nem sempre é animadora. Um dos internos ouvidos pela reportagem da EPTV, confessou que voltará a vender drogas quando conseguir a liberdade. “Vendia cocaína. Por dia, dava para tirar uns R$ 200, R$ 300. Quando eu sair daqui vai ser a mesma situação. Eu vou continuar na mesma rotina de sempre, na luta constante do crime. Vendendo droga, roubando, matando”, disse.

Porém, outros menores pretendem seguir caminhos diferentes. “Ah, eu prefiro ficar sossegado. Vou arrumar um trabalho, terminar meus estudos. Droga eu não quero mais não. Não dá vida, não dá futuro. Só dá cadeia”, disse um outro menor. “Pretendo não vender mais droga não. Vou sair com uma profissão daqui”, declarou um terceiro.

O diretor da Fundação Casa de Ribeirão Preto, Guilherme Astolfi, afirma que é difícil combater o tráfico de drogas. Porém, é preciso agilizar o tratamento. “A droga causa sequelas que permanecem sociais, cognitivas e biológicas, que é de difícil reversão. Quanto antes começar, melhor”, disse Astolfi.

Núcleo de Atendimento Integrado

A fim de atender crianças e adolescentes envolvidos com drogas, o Núcleo de Atendimento Integrado (NAI) de Ribeirão Preto, diante da demanda, criou um programa especializado para tratar e recuperar esses menores, como explica o psicólogo do NAI, Élvio Bono.

“A gente oferece atendimento multidisciplinar. Atendimento psicológico individual, familiar, e a tentativa de readaptação do adolescente. Ou seja, resgatá-lo para que ele consiga produzir e que estejam engajados em atividade sociais”, explicou.

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