Na noite desse sábado (31), seis internos do IASES agrediram dois agentes socioeducativos e fugiram da enfermaria do complexo da UNIS, em Cariacica Sede.
Sete internos que se recuperavam de lesões (com pernas e braços engessados e usando muletas) estava dormindo na enfermaria do complexo que possui apenas dois leitos. Por volta das 23h30 eles arrombaram uma janela e conseguiram ter acesso a parte interna da enfermaria onde estavam dois agentes uma mulher e um homem.
Os internos usaram as muletas para ameaçar os agentes. Eles queriam as chaves da enfermaria e a chave de um dos veículos do IASES. Segundo o agente, ele tentou conversar com os menores para dar tempo da central de videomonitoramento ver a ação e acionar reforço. Os adolescentes estavam impacientes e partiram para a agressão. Os agentes foram espancados com as muletas e o gesso das pernas e braços dos adolescentes. Após a agressão, os agentes foram algemados pelos menores e trancados em uma sala da enfermaria.
Com as chaves nas mãos, seis internos fugiram pulando o muro do complexo que margeia a Rodovia Governador José Sette. Um menor decidiu não fugir.
Mesmo algemados e feridos, os agentes socioeducativos conseguiram arrombar a porta da sala e foram pedir ajuda na portaria do Complexo.
Videomonitoramento não funcionou
O que chama atenção nesse caso é falha do sistema de videomonitoramento contratato pelo IASES. A enfermaria do complexo é toda monitorada por câmeras.
Esse erro operacional colocou em risco a vida dos agentes. A empresa que cuida do monitoramento das unidades do IASES se envolveu em uma tentativa de suborno ao secretário de justiça, Eugênio Coutinho Ricas. O chefe da pasta, que também é delegado federal, deu voz de prisão ao representante da empresa que ofertou a propina. A empresa queria um aditivo no contrato de 25%. Ao secretário de justiça foram oferecidos 9% do valor que iria ser acrescido no contrato.
Depois do crime, o contrato da empresa de videomonitoramento está passando por uma auditoria.
Apuração isenta
O Sindicato dos Servidores do IASES (SINASES) vai oficiar a Sejus, o IASES, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça para cobrar uma apuração isenta dessa falha.
O SINASES também vai querer saber o motivo de o IASES ter colocado sete adolescentes dentro de uma enfermaria que possui apenas dois leitos. E por que apenas dois agentes vigiavam os sete internos.
Foto: Getúlio Costa
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