quinta-feira, 24 de setembro de 2015

DIARIO de SP: Funcionários da Fundação Casa estão apavorados

Segundo o sindicato, mais de mil funcionários estão afastados
Segundo o sindicato, mais de mil funcionários estão afastados / Peter Leone/ Futura Press

Jornada de trabalho virou risco de vida para quem lida com os adolescentes infratores diariamente

Por: Érison Martins 
erison.martins@diariosp.com.br 
24/09/2015 11:27

Com a série de fugas em unidades da Fundação Casa recentemente – foram seis em dez dias –, quem trabalha na antiga Febem  relata que tensão e medo são companhias diárias no dia a dia daqueles cuja missão é tomar conta de adolescentes cumprindo medida sócioeducativa por transgredir a lei.

Na terça-feira, após o sexto caso consecutivo, o governo estadual finalmente revelou a causa do caos: a empresa terceirizada que fazia a segurança das unidades faliu e os menores  se aproveitaram da falta de funcionários para fugir.

A foto ao lado mostra o nível de violência a que está exposto quem trabalha na antiga Febem. O servidor, que pediu para não ter o nome revelado por temer sofrer um processo administrativo,  foi agredido na segunda-feira, quando 33 internos fugiram do complexo Guaianases 2 e aterrorizaram os servidores. Ontem houve a fuga de mais um interno.

Em entrevista ao DIÁRIO, um outro agente do complexo drás confirmou que sua rotina  é cercada pelo medo constante de rebeliões. “O quadro reduzido de funcionários nos deixa expostos. Às vezes ficam dois homens no refeitório cuidando de 160 adolescentes. Se eles se rebelam, só nos resta sair correndo e tentar nos proteger”, admitiu, sofre as fugas.

 Por conta de uma agressão em uma rebelião em 2001,  na Unidade de Franco da Rocha, quando  teve fraturas no braço e em uma vértebra, ele diz que até hoje tenta se recuperar psicologicamente. As fugas das últimas semanas aumentaram ainda mais a sensação de medo. “Aprendi a encarar o medo para ir trabalhar, mas até hoje entro em pânico quando ouço algum barulho diferente na unidade”, admite o servidor.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Funcionários da Fundação Casa, Aldo Damião Antônio, a situação piorou  após os concursados terem sido obrigados a fazer a segurança das unidades.  “A pressão no dia a dia é tão grande que eles ficam emocionalmente abalados. Temos cerca de 6 mil funcionários   e mais de mil estão afastados por problemas psicológicos”.

RESPOSTA DA FUNDAÇÃO CASA/ A Fundação Casa informou que os funcionários que apresentam problemas de saúde são atendidos pelo plano de saúde oferecido pelo governo estadual, além de serem avaliados pela área de medicina do trabalho da Fundação, que incluí também  avaliação médica periódica anual.

Um agente foi agredido na unidade Guaianases 2
na segunda-feira (21)/ Reprodução

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Um comentário:

  1. Grande coisa este plano de saude, aqui no interior nem atende.já fui agredido várias vezes e afastado nunca fui atendido e nem avaliado periódicamente, sempre a fundação vem com este argumento, e falo mais aqui no interior de campinas está um vergonha os centro que está dentro da cidade de Campinas, quase todos os dia tem funcionários sendo agredido e nada e feito, também várias fugas que não que fica abafada.

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