quarta-feira, 9 de julho de 2014

Internos realizam motim na UIM e AGENTES SOCIOEDUCADORES ficam feridos


ALAGOAS
Ação acorreu momentos antes de inspeção a ser realizada na unidade.
AGENTES  conseguiram conter menores infratores, diz Secretaria.

Quando o juiz chegou para a vistoria, os internos se rebelaram e começaram a fugir (Foto: Natália Souza/G1)
Quando o juiz chegou para a vistoria, os internos se rebelaram (Foto: Natália Souza/G1)

Os menores infratores que estão cumprindo medida socioeducativa na Unidade de Internação Masculina (UIM), localizada no Tabuleiro do Martins, realizaram um motim no fim da manhã desta quarta-feira (9), momentos antes de uma inspeção que seria realizada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude, Ney Alcântara, e o promotor de Justiça Rogério Paranhos.


Agente foi atingido por uma telha jogada pelos internos (Foto: Natália Souza/G1)
Agente foi atingido por uma telha jogada pelos internos (Foto: Natália Souza/G1)
A reportagem do G1 estava no local no momento do motim e foi informada pelo juiz e agentes que internos fugiram. Entretanto, assessoria de comunicação da Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social afirma que não houve fuga e sim uma tentativa. Disse ainda que os menores foram contidos pelos monitores.

Durante o motim, os adolescentes atiraram pedras e outros objetos e atingiram dois monitores. Um dos agentes, identificado como Alex, foi atingido na mão por um pedaço de telha atirado de dentro da unidade.

A vistoria era para constatar as condições de segurança na área externa da unidade, mas, por causa do tumulto, ela não chegou a ser realizada e a comissão se encaminhou para outra unidade, localizada na antiga Escola de Formação do Corpo de Bombeiros, que fica no prédio do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), no Santos Dumont.

"Se ficarmos aqui, pode ser pior. Eles estão muito exaltados. O problema é que quem está fazendo a segurança na parte externa do complexo de ressocialização são militares do BPTran [Batalhão de Polícia de Trânsito]. Está errado. É preciso que a segurança aqui seja feita pela polícia ostensiva", critica o magistrado.

De acordo com Alcântara, o Estado já havia sido notificado antes, quando os monitores eram responsáveis pela segurança externa. À época, foi recomendado que a Polícia Militar assumisse a função. "Nós somos militares, mas somos especializados em trânsito. Se fosse o Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais] ou a RP [Radiopatrulha], essas fugas poderiam ser impedidas, mas nós não somos preparados para esse serviço", lamenta um agente do BPTran que pediu para não ser identificado.

Prazo para adequações
O juiz Ney Alcântara determinou no dia 1º de julho que o governo de Alagoas deveria adequar as unidades de internação que estão superlotadas em um prazo de cinco dias contados a partir da data da notificação oficial. O descumprimento da decisão judicial acarretaria em multa diária de R$ 15 mil.

A determinação aconteceu um dia após o registro de duas fugas do Núcleo Estadual de Atendimento Socioeducativo (Neas), sendo que uma delas foi uma fuga em massa na UIM, parte alta de Maceió. Na ocasião 21 internos fugiram pela porta da frente, após renderem os monitores com armas artesanais. Sete deles foram recapturados pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).

Na sexta-feira (4), monitores que trabalham no Sistema de Ressocialização de Menores de Alagoas encontraram, dentro da Unidade de Internação de Jovens e Adultos (UIJA), uma sacola plástica contendo três bananas de dinamites, cordões detonadores, um celular e uma faca.

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