No início da tarde de hoje (3), mais sete internos conseguiram fugir do Centro Educacional Masculino. De acordo com Herbert Neves, coordenador do CEM, os menores do Pavilhão A fizeram uma corda com lençóis e pularam o muro do abrigo.
Dos sete, três já foram capturados. Eles estavam na região do bairro Primavera, zona Norte de Teresina. No momento, a situação no Centro é tranquila. “Acredito que a figa foi facilidade por conta da falta de educadores e da nossa fragilidade”, defende Herbert Neves.
Os fugitivos cumprem medidas socioeducativas por terem praticado homicídios e lesão corporal. A polícia segue em diligência com o objetivo de encontrar os outros menores.
Rogério Gualberto, coordenador do CEM, mostra por onde os internos fugiram na noite passada Fotos: Jailson Soares/O Dia
O Centro Educacional Masculino, localizado no bairro Memorare, zona Norte de Teresina, apresenta um déficit de pessoal para atender aos 61 internos que abriga. São apenas sete educadores divididos entre cinco alas e seis policiais militares para fazer a segurança externa do local.
De acordo com Rogério Gualberto, coordenador do Centro, das três guaritas que o local possui, apenas uma fica ocupada pelos PM’s . O restante do efetivo é direcionado para a vigia externa. “O ideal seria que nós tivéssemos pelo menos o dobro de policiais que temos atualmente, sendo no mínimo um para cada guarita. Já notificamos a Sasc, mas ainda não obtemos retorno sobre isso”, explica.
Com relação ao número de educadores, o coordenador diz que, por conta do número reduzido, eles têm que fazer um rodízio entre os profissionais de modo que todas as alas sejam atendidas com todas as atividades socioeducativas propostas pelo Centro Educacional. “Ficam apenas dois por alojamento. Como esses meninos vão receber a atenção devida se não tem gente suficiente para fazer isso?”, declara Rogério Gualberto.
Fugas e infraestrutura
Três internos conseguiram escapar do CEM no final da noite de ontem (02). Um deles já foi recapturado na casa dos pais na zona Leste de Teresina. Está é a segunda fuga registrada no local em menos de um ano. Em novembro de 2013, nove internos escaparam e apenas três deles foram recuperados até agora. A coordenação do Centro afirma que a infraestrutura do local favorece fugas.
“A cerca de arame que circunda aqui o prédio é antiga demais. É da época da construção. Os que fugiram essa noite conseguiram quebra-la com o pé. Basta encostar que ela se desfaz toda”, declara Rogério.
É comum também que pessoas de fora joguem objetos como armar e tabletes de droga para dentro do CEM por cima do muro. A coordenação diz que também já encontrou celulares e armas jogadas no meio do pátio onde os adolescentes ficam nos momentos de recreação.
Segundo a coordenação do CEM, os internos estão divididos em alas de acordo com o tipo de infração que cometeram. São sete alojamentos ao todo, sendo quatro em grupo e três individuais. Durante a manhã, eles assistem aula com o acompanhamento de professores do ensino básico e no turno da tarde, participam de oficinas de artesanato e atividades físicas.
No entanto, apesar das medidas socioeducativas, o coordenador afirma que ainda há conflitos entre alguns internos de alas diferentes. “Nas alas A e B ficam aqueles que não têm antecedentes e que apresentam comportamento regular. Na ala C estão os que sofrem acusação de estupro. A ala E é a da contenção. É para onde vão aqueles que apresentam conduta indisciplinar”, explica.
Repórter: Maria Clara Estrêla e Izabella Pimentel
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