Polícia diz que adolescente de 17 anos é profissional do crime, enquanto família e Justiça enxergam criminoso comum

Adriana
do Nascimento, mãe do adolescente, diz que ele não é santo, mas que
também não é o demônio pintado pela polícia (Foto: Weber Sian / A
Cidade)
Para a Vara da Infância, o ‘monstro’ juvenil não passa de um infrator comum, cumprindo internação provisória por porte ilegal de arma. Que está na segunda passagem pela Fundação Casa – a primeira foi em agosto do ano passado quando cumpriu liberdade assistida por furto, além de responder ainda a outros dois processos, um por tráfico e outro por receptação.
Já a família, garante que Léo está longe de ser o líder de quadrilha especializada como aponta a polícia. A mãe, Adriana Barbosa do Nascimento, de 40 anos, afirma que o filho se envolveu com o crime aos 14 anos por causa de más amizades, mas é incapaz de matar.
Essas são três leituras do infrator de 17 anos que teria sido alvo de uma tentativa frustrada de resgate na Fundação Casa, unidade Ouro Verde, na madrugada desta segunda-feira (5), em Ribeirão Preto. Apesar de negar a suposta ação, a instituição tratou de transferir o adolescente para uma unidade de segurança máxima na Capital.
Precaução
De acordo com o juiz Paulo César Gentile, da Vara da Infância e Juventude, a transferência do menor foi uma precaução.
“A instituição achou por bem transferi-lo para um local mais seguro na Capital”, afirmou o juiz.
O magistrado não acredita que a suposta tentativa de resgate tenha sido orquestrada por integrantes de uma quadrilha liderada pelo infrator. “Eles não tinham armas adequadas para um resgate, segundo me relatou o diretor-regional”, disse Gentile.
Gentile chegou a criticar policiais pelo alarde da detenção do menor e de superdimensionar seus atos infracionais. “O que existe de concreto é que ele está internado provisoriamente por porte ilegal de armas e que não sei se será condenado. No mais, existem apenas alegações genéricas de que estaria envolvido a roubo de caixa eletrônico, assalto a concessionária de veículos”, afirmou.
‘Vítimas têm medo’, afirma delegado
O delegado Luiz Geraldo Dias, da Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Ribeirão Preto, diz ter muitas evidências da periculosidade do jovem. Segundo ele, o menor só não responde ainda pelo assalto a um caminhão de bebidas porque o motorista está com medo de fazer o reconhecimento porque o crime foi cometido a poucos metros da casa do infrator.
“Ele se gaba de ter atacado policiais. Inclusive afirmou à imprensa que mataria os policiais que o prenderam, um por um”, afirmou o delegado Luiz Geraldo Dias, que formalizou a detenção do menor no último dia 25 de abril. Na data, ele foi detido em casa, após a PM ser acionada para atender a ocorrência de um assalto a um caminhão de bebidas. Ele chegou a fugir e invadir a casa de uma senhora, mais foi capturado.
Tentativa de resgate
Funcionários da Fundação Casa de Ribeirão Preto ouvidos pelo A Cidade contaram que pelo menos dez pessoas investiram contra a unidade para resgatar o menor. O bando teria usado tática de guerrilha, atacando de vários ângulos. Eles não tiveram sucesso porque a Polícia Militar foi acionada rapidamente.
O interesse na libertação do infrator, segundo o apurado, seria o fato de o jovem ter acesso a armas pesadas – fuzis e pistolas – e saber onde encontrar explosivos para atacar caixas eletrônicos. O adolescente também é acusado de integrar uma quadrilha de assalto a casas luxuosas – inclusive já foi reconhecido em um assalto em Sertãozinho – e de participar da explosão de um caixa eletrônico distrito de Cruz das Posses, onde criminosos teriam trocado tiros com a polícia.
Mãe diz que filho está longe de ser ‘esse demônio’
“Meu filho não é santo, mas está longe de ser esse demônio que a polícia está pintando”. A frase é da cozinheira Adriana Barbosa do Nascimento, de 40 anos, mãe de um menor que foi transferido da unidade Ouro Verde da Fundação Casa, em Ribeirão Preto, após funcionários afirmarem que 10 homens tentaram resgatá-lo na madrugada desta segunda.

Adolescente foi transferido após suposta tentativ de resgate em Ribeirão Preto (Foto: 05.mai.2014 - F.L.Piton / A Cidade)
Ela relata que desde a apreensão no dia 25 de julho – a segunda passagem dele pela Fundação Casa, de acordo com a família – todos passaram a ficar com medo. “Ele conta que até assistente social da Casa ficou com medo dele”, lamentou.
A mãe disse que o filho entrou para o crime com 14 anos praticando furtos e roubos. “A primeira passagem dele na Casa foi por conta de um assalto a uma casa no Monte Alegre”, recordou. “Mas ele nunca matou ninguém”, acrescentou.
Por fim, ela espera ter mais informações pra tentar visitá-lo no sábado, véspera do dia das mães. “Por enquanto, tenho poucas informações do que está acontecendo. Vou mudar. Devo ir para São Paulo amanhã”, finalizou a mãe, que está afastada do trabalho por conta da dengue e de um acidente de moto.
Fundação minimiza
Procurada nesta terça-feira (6) pelo A Cidade, a Fundação Casa, por meio de nota da assessoria de imprensa, não confirmou nem desmentiu a transferência do jovem para uma unidade da capital, o que foi confirmado por pessoas ouvidas pela reportagem.
“Por questões de segurança e de preservação do menor, a Fundação Casa não dá informações relacionadas a transferências”, disse a assessoria.
Também em nota, a Fundação Casa garante que a ação realizada nesta segunda foi “ato de vandalismo”, não tentativa de resgate de interno.
Ainda de acordo com a assessoria, no ataque os vândalos teriam usado “pedras, pedaços de pau, dentre outros objetos”.
O A Cidade ouviu funcionários da unidade que afirmar que houve uma tentativa de resgate de um dos menores. De acordo com o sindicato da categoria, os funcionários estão assustados com a falta de segurança da unidade de Ribeirão.
http://www.jornalacidade.com.br/noticias/policia/NOT,2,2,949240,Lider+de+quadrilha+ou+jovem+problema.aspx
Mais uma vez vemos um gestor no caso o Diretor regional em questão tentando menosprezar a gravidade do fato ,
ResponderExcluire ainda tentando desqualificar o trabalho do delegado e as informações dos bravos policiais que efetuaram a apreensão do menor infrator uma pouca vergohna se orienta Diretor Regional ou não fala nada que é melhor.
A verdade é uma só ... basta os malas pularem o muro armados o resgate vai ser lindo ... ou eu estou mentindo ... segurança zero ... uma vergonha essa secretaria de justiça e esse governo ... ai foge e logo ameniza falando que providencias serão tomadas e a corregedoria ira punir funcionário .. por facilitar ... queria ver esses caras com uma faca no pescoço ou uma arma qualquer na cabeça ... tomando pauladas e cadeiradas falar é fácil fica lá uns meses disfarçados de agentes pra ver como funciona
ResponderExcluirEsse Diretor regional só sabe dar moral para Adolescente jogar contra os funcionários um dia ele vai ficar na mira e vai ter que reconhecer o que passamos dentro das unidades. Sai de traz da mesa e nos ajude a melhorar o trabalho do dia a dia e não atrapalha quem esta trabalhando.
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