domingo, 6 de abril de 2014

Maioria dos jovens envolvidos com tráfico

O tráfico de drogas ainda é o responsável pela maioria das internações de adolescentes, entre 14 e 20 anos, na Fundação Casa de Piracicaba.
Pelo menos 42% dos 70 internos provisórios e definitivos inseridos na instituição se enquadram nesta modalidade de crime.
Segundo o diretor local da instituição, Flagas Rodrigues Lopes, é necessário mais atenção com as famílias dos jovens. Segundo o prontuário interno da Fundação Casa de Piracicaba, cerca de 57 dos internos estão na unidade de forma definitiva, enquanto 13 são provisórios.
Eles aguardam decisão do juiz da Vara da Infância e Juventude, Rogério de Toledo Pierri. Do total de adolescentes, 27 foram apreendidos por roubos ou furtos simples (38%). Já os internos que cometeram roubos ou furtos qualificados foram 11 jovens (15% do total).
Outros dois adolescentes foram apreendidos por homicídio. Um dos internos da fundação por tráfico de drogas é Simão (nome fictício), 15.
Na instituição há cinco meses, a previsão é que ele deixe o local em maio deste ano. Segundo Simão, o problema começou aos 12 anos de idade. “Eu precisava de dinheiro para comprar roupas, aparelhos eletrônicos e eu não tinha. Aí comecei a vender drogas no bairro onde morava. Em seguida comecei a usar as drogas e me viciei”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, que parou de estudar um ano depois de começar a vender os entorpecentes, a família tentou ajudá-lo, mas o jovem não quis atenção. “Meus pais falavam que queriam me ajudar, mas eu simplesmente virava as costas e ia embora. Nesse período que estou aqui (na fundação) me fez refletir e concluir que só fiz besteira. Agora estou mudado e quero voltar a estudar e ser alguém na vida. Não quero voltar para o crime”, disse.
Segundo o diretor Flagas Lopes, o tráfico de drogas é o que influencia o jovem a cometer atos infracionais. Para Lopes, os outros tipos de infração são complementos do tráfico. “O jovem fica sem dinheiro e quer sustentar o próprio vício ou pagar dívidas com traficantes. Aí ele acaba furtando um celular, roubando um carro, matando uma pessoa como pagamento. Na maioria dos casos ele é apreendido por um crime, mas tudo resulta no tráfico de drogas”, relatou.
Conforme o diretor, o apoio da família é fundamental para que os jovens sejam 
reinseridos na sociedade. “Fazemos reuniões mensais com as famílias dos internos, onde procuramos orientá-los como lidar com esses jovens. Mas ainda precisamos ter mais atenção com o núcleo familiar desses adolescentes”, informou.

ATIVIDADES — A Fundação Casa desenvolve diversas atividades para os internos definitivos e provisórios. Além do ensino formal (com currículo das escolas estaduais), todos os jovens que cumprem medida socioeducativa participam de aulas e oficinas nas áreas de teatro, música e cultura urbana. A ideia é promover atividades conectadas as várias manifestações culturais, nacionais e internacionais.

http://www.jornaldepiracicaba.com.br/capa/default.asp?p=viewnot&cat=viewnot&idnot=216841

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