O Tribunal de Justiça de
SP permite que as unidades da Fundação Casa de todo o estado excedam o
limite de internação de infratores em no máximo 15%. Com isso, a
Fundação Casa de Bragança Paulista, que tem capacidade para receber 56
internos, atualmente trabalha como 64 adolescentes em conflito com a
lei, ou seja, com sua capacidade total.
A justificativa para que tenha esse número de adolescentes infratores na
Fundação Casa se dá pela necessidade de não afastar o adolescente da
família e colocá-lo num centro distante, explicou a assessoria do órgão
ao BJD. “A Fundação considera 64 vagas, pois há um provimento do
Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo
que permite aumentar em 15% o número de vagas, ou seja, em Bragança eram
56 e subiu para 64”.
Em março de 2013, uma decisão provisória do ministro Antonio Dias
Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que a Fundação Casa
excedesse em 15% a sua capacidade máxima de abrigamento. O ministro
revogou decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e permitiu que o
limite fosse excedido nos casos em que os jovens pudessem ficar perto de
suas famílias.
A justificativa do ministro, à época, foi de que “a situação dos menores
infratores em São Paulo é delicada. São 8,4 mil custodiados para 7,8
mil vagas, quadro que requer medidas drásticas para que os problemas
sejam devidamente equacionados”.
Enem PPL
No mês de dezembro, os internos da Fundação Casa realizam o Exame
Nacional do Ensino Médio voltado para Pessoas em Privação de Liberdade
(Enem PPL).
Em dados gerais, dos 838 adolescentes inscritos no Enem PPL, 612
prestaram a prova. Segundo a assessoria da instituição, “o número
faltante é de jovens que foram desinternados no período e não retornaram
aos centros socioeducativos para realizar as provas”.
Na Fundação Casa de Bragança Paulista, dos oito jovens inscritos, sete
prestaram as provas. “Aqueles que buscavam a certificação do Ensino
Médio não conseguiram alcançar a média mínima, entretanto, enquanto
estiverem internados, continuarão cursando o Ensino Médio normalmente”,
informou a assessoria.
Além disso, dos adolescentes que buscavam vaga no Sistema de Seleção
Unificado (Sisu) ou no Programa Universidade para Todos (ProUni), nenhum
conseguiu alcançar média suficiente para se classificar na concorrência
pelas vagas. “Nestes dois casos, como eles tentam as vagas como todos
os participantes, ficam sujeitos à concorrência”.
No Enem geral, cerca de 5 milhões de pessoas fizeram o exame. O Sisu
ofereceu 171.756 vagas em universidades federais, enquanto o Prouni
ofereceu para o primeiro semestre deste ano 191.625 bolsas em 1.116
instituições, sendo 131.636 bolsas integrais e 59.989 parciais
http://bjd.com.br/site/noticia.php?id_editoria=10&id_noticia=14349
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