Com o total de cinco unidades da Fundação Casa em Santo André, São
Bernardo e Mauá, o ABC, por iniciativa de órgãos do Poder Judiciário, de
conselhos municipais e movimentos ligados aos Direitos Humanos, decidiu
batalhar para extinguir o que considera uma medida vexatória e
desnecessária: revistas íntimas em adolescentes internos e visitantes.
Na semana passada, o tema foi debatido em audiência pública no centro
de Santo André, que abriga mais de 300 jovens nos dois prédios da
entidade implantada pelo governo do Estado. Segundo o defensor público
Marcelo Carneiro Novaes, dados apontam que as revistas íntimas feitas
para tentar detectar a entrada de objetos proibidos (como drogas ou
armas) no equipamento público podem acontecer, em média, sete vezes por
dia.
"No sistema da Fundação Casa do ABC, entre janeiro de 2012 e o
primeiro semestre de 2013, cerca de 820 mil revistas foram realizadas
nos internos e visitantes", pontuou. "No mesmo período, não houve
nenhuma apreensão de objetivos proibidos. Ou seja, esse volume exagerado
de revistas é desnecessário", completou.
Segundo o especialista, no sistema prisional de grande porte, a
revista íntima só acontece em casos de deslocamentos externos dos
detentos. "Na Fundação Casa, qualquer passagem interna requer revistas. É
abusivo. O sujeito sai com a cabeça esfacelada por passar por tanto
constrangimento. O pior presídio do País não faz revistas como no ABC",
analisou.
As revistas são praticadas segundo definição do regimento interno da
Fundação Casa. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente de Santo André, que também encabeça a movimentação pelo fim
do procedimento, coleta há anos queixas e denúncias de visitantes e
internos que têm seus órgãos genitais expostos durante a fiscalização.
Ao RD, a presidente do núcleo, Maria Inês da Costa, relatou um dos
episódios que marcou sua atuação profissional.
"Eu atendi uma senhora de 68 anos, do Jardim Cristiane, que sofria de
problemas de saúde, como obesidade. Ela mal conseguia se abaixar, mas
passava pela revista para visitar o neto, hoje com 18 anos, já afastado
da Fundação Casa. Ela dizia que não tinha nada mais vergonhoso do que
passar por aquela situação", contou a assistente social.
Maria Inês e o defensor Novaes adotaram discurso uníssono quanto ao
fim das vistorias. "Quanto aos adolescentes, a direção da Fundação Casa
tem de tomar consciência e acabar com as revistas. Já para os
visitantes, o certo é investir em tecnologia, como scanners utilizados
em aeroportos. Isso porque há estudos que apontam que se a mulher quiser
entrar com item introduzido na genitália, a revista não vai impedir. A
revista só é parte de uma cultura de submissão do adolescente
sentenciado e de suplício para a família que o visita", sustentou
Novaes.
O grupo agora pretende expandir a discussão para as demais cidades do
ABC que possuem unidade da Fundação Casa. Além disso, já enviaram carta
de apoio e buscam assinaturas favoráveis a projeto que tramita no
Congresso acerca de regulamentação das revistas íntimas. Na audiência, o
deputado José Bittencourt (PSD), apresentou a minuta de projeto de lei
(PL 797) para acabar com o procedimento. Já o deputado Adriano Diogo
(PT) se comprometeu a convocar audiência pública na Assembleia
Legislativa do Estado.
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC,
que reúne os sete prefeitos da região, também deve ser acionado pelo
movimento. "Achamos que o espaço para articular essas decisões é o
Consórcio Intermunicipal, pelo peso que tem nas questões políticas. É o
que digo sempre: o ABC tem de servir de laboratório para o resto do
Estado. E nós já estamos saindo na frente com essa discussão sobre a
Fundação Casa", frisou Novaes.
As visitas acontecem, oficialmente, nas tardes de sábado e domingo.
Até o fechamento desta edição, a Fundação Casa não se posicionou sobre o assunto.
Em nota ao RD, a Fundação Casa afirmou que realiza
revistas rotineira preventivas com os adolescentes de todos os centros
socioeducativos do Estado de São Paulo,
"que visa impedir uso de objetos não autorizados pelos adolescentes.
Ainda vale a pena esclarecer que estas revistas não são íntimas.
Com relação aos visitantes e até servidores da Fundação CASA, a revista
consiste na busca de objetos aparentes portados por eles, por meio de
verificação de bolsos, bolsas e outros artigos.
Isso visa, principalmente, a garantir a segurança dos jovens que
cumprem medida socioeducativa, cuja tutela, durante a execução da
medida, fica sob a responsabilidade do Estado."
http://www.reporterdiario.com.br/Noticia/446140/pior-presidio-do-pais-nao-faz-revista-intima-igual-ao-abc/
se no presidio de pedrinha tivesse revista igual do abc,com certeza nao seria o que é hoje.se no abc não houvesse revista,com certeza seria um dos centros da fundação mais complicado do estado de sp,com entrada de drogas e armas!!!!
ResponderExcluirVexatório é ficar na fila de um P.S esperando atendimento, é não ter creche para CRIANÇAS. Ficarem enquanto as mães trabalham, é você sair para passear com sua família e ser roubado, agredido, vexatório é ver um mundo hipócrita e.os direitos do manu procurando uma forma de aparecr, sem comentários pra esse povo, bando de sem vergonha, todo mundo só quer rqjar pra esses ladrões, vexatório é vwr a mãe.pedindo prq soltar o filho q precisa traficar pra levar dinheiro pra casa.
ResponderExcluirApoiado, companheiro. E tem mais, a corja dos direitos dos manos tão querendo acabar com a revista íntima.
ResponderExcluirpodem acabar mas que cada um deles seja o responsável direto pelas ações criminosas desses menores dentro das unidades por abolir a revista. E não vai demorar muito pra uma unidade dessa virar um novo presídio de pedrinhas, só que pra presos " em miniatura" .
E os direitos humanos dos agentes que são agredidos durante os chamados "tumultos generalizados", que é como a Fundação Casa denomina uma rebelião, quem é que vai até um deles pra ver se estão precisando de ajuda, como está o seu quadro de saúde? Agora direitos humanos é só pra vagabundo que trafica, rouba e até mata pessoas de bem?
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