Falta de políticas públicas aumenta crime, diz juiz da Infância e Juventude.
Sociedade também responde por reincidência, diz presidente da fundação.
De acordo com o estudo, 51,45% dos infratores da Fundação Casa estão detidos por envolvimento com o tráfico de drogas, enquanto que 33,39% deles foram encaminhados para a instituição após participação em roubos qualificados. A relevância dos crimes para as estatísticas na região de Ribeirão é inversa ao que é registrado em todo o Estado – em que mais adolescentes são levados para a Fundação Casa por causa dos roubos qualificados (41,61%) do que por tráfico (39,16%).
Essa falta de oportunidades, segundo ele, dá margem para que a delinquência se generalize. Em Ribeirão Preto, ele reconhece que o problema não está concentrado em uma área específica. “A criminalidade juvenil está espalhada pela cidade toda de maneira igual. Talvez os bairros da zona norte tenham um índice maior de envolvimento de adolescentes com o tráfico, mas um crime que assusta muito, que é de roubo, está espalhado pela cidade toda.”
A presidente da Fundação Casa Berenice Giannella considera a falta de políticas públicas um fator que impulsiona a entrada dos adolescentes para o mundo do crime, porém analisa que parte das apreensões de menores é inadequada. “Entendemos que algumas são até indevidas, porque o Estatuto da Criança e Adolescente determina que a internação deva ser para os casos praticados mediante violência ou grave ameaça à pessoa”, alega.
Questionada sobre o futuro dos menores após a internação na Fundação Casa, Berenice afirma que a instituição divide com a sociedade a mesma responsabilidade pela não reincidência do jovem nos crimes. “A reiteração do jovem no crime depende 50% da fundação, do trabalho que a gente faz lá dentro, de reeducação, de novos hábitos, e depende 50% do mundo aqui fora que ele vai encontrar.”
Tráfico de drogas é delito que mais leva internos à Fundação Casa na região (Foto: Maurício Glauco/EPTV) |
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