Por
G1
| Para: CBN Foz
Por mais cruéis que sejam esses crimes, eles são classificados como
atos infracionais. Os menores não são presos, cumprem medidas
sócio-educativas e, com isso, a impunidade parece influenciar nas
estatísticas.
A morte de um menor por um outro adolescente na saída de um baile funk
em São José do Rio Preto (SP) chocou a cidade, mas infelizmente esse não
é um caso isolado. O número de menores infratores aumentou 70% no
último ano na cidade.
Em entrevista, um adolescente, de 16 anos, ao lado da mãe, já ter consumido bebida alcoólica. O local: no mesmo baile funk onde o irmão de 15 anos estava, antes de ser morto, no fim semana. “Lá o menor comprava bebida também, como vodka, uísque, energético, cerveja. E ninguém pedia documento, todo mundo comprava. Lá rola de tudo, maconha, cocaína, lancha-perfume tudo tipo de droga que imaginar tinha lá dentro”, afirma o menor.
O menor, de 15 anos, foi assassinado com dois tiros, na porta do clube, onde a festa era realizada. Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o menino sendo atingido e um outro adolescente, de 16 anos, foi detido pela polícia e confessou ser o autor dos disparos.
E afirmou ainda que o revólver que estava com ele foi usado por um colega de 17 anos para matar outra pessoa na mesma noite. A vítima foi mais um jovem de 17 anos.
Dos 500 atendimentos que o Conselho Tutelar da região norte de Rio Preto faz por mês, 350 são relacionados a atos infracionais. Se comparar os registros de janeiro a setembro de 2012, com o mesmo período deste ano, o número de adolescentes envolvidos com a criminalidade aumentou 73%. “O uso da droga é o maior responsável por isso, até o álcool. Isso é uma epidemia e fez aumentar este índice de crimes”, afirma Stela Maria Atanázio, coordenadora do Conselho Tutelar.
Um outro número que surpreendeu até mesmo a equipe do Conselho Tutelar, de 2012 para cá, foi o das meninas no crime. “No ano passado, em 100 casos, 80 eram meninos e 20 eram de meninas, e agora aumento, em 100 casos que recebemos, 40 são meninas”, diz a coordenadora.
Para a Polícia Militar, o que antes era generalizado, virou estatística. Em vez de computar tudo como ato infracional, agora, a inteligência da polícia traçou o mapa dos crimes com participação de menores. De janeiro até agora, mais de 320 adolescentes foram detidos por tráfico de drogas, 24 por roubo, três por homicídio e outros dois por latrocínio, roubo seguido de morte. Apesar do trabalho intensificado para inibir esses tipos de ações, o comando da polícia acredita que a impunidade é um dos maiores obstáculos no caminho para uma solução. “Eles até têm receio de serem apreendidos pela polícia, mas eles sabem da impunidade posterior que virá, então eles acabam praticando a conduta irregular”, diz Fábio Cândido, capitão da Polícia Militar.
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