Em três meses, Santos deve ter a primeira unidade de internação para
adolescentes da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao
Adolescente (Casa).
Será uma edificação de três andares, com capacidade para receber 64 internos, no Monte Cabrão, Área Continental do Município.
Será uma edificação de três andares, com capacidade para receber 64 internos, no Monte Cabrão, Área Continental do Município.
A presidente da entidade, Berenice Giannella, esteve reunida com o
prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) para tratar da nova unidade que
está em obras. “A intenção é que sejam atendidos prioritariamente jovens
de Santos, que hoje ficam internados em outras cidades”.
De acordo com dados da Fundação Casa, até outubro, havia 64
adolescentes santistas cumprindo algum tipo de medida de privação de
liberdade. O prédio em construção segue o modelo dos demais centros.
No espaço ficam as salas de aula, refeitório, consultórios médico e
odontológico, sala multiuso, para cursos de educação profissional e sala
de informática. Os dormitórios ficam no segundo pavimento e o último
andar é ocupado por uma quadra poliesportiva.
Das vagas em Santos, 48 serão para internação e 16 para internação
provisória (prazo de até 45 dias em que o adolescente fica internado
aguardando a sentença do juiz). Outras nove unidades da Fundação já
existem na Baixada Santista.
Reincidência
Nesta semana, o caso de um jovem de 17 anos chamou, mais uma vez, a
atenção da população, colocando em questão a recuperação de adolescentes
por meio de medidas socioeducativas.
Na segunda-feira, durante uma tentativa de assalto, o menor manteve uma
família refém, no Bairro Vila Belmiro. Mas não é apenas este ato de
violência que surpreende quem observa a situação. O menino tem um longo
histórico de passagens pela polícia, que começou aos 11 anos.
Os crimes já o levaram para a Fundação Casa, de onde conseguiu fugir no
início de novembro para voltar a cometer delitos. E é para lá que ele
deve ser encaminhado novamente para fazer parte das estatísticas da
reincidência, cujo índice fica entre 13% a 14%.
“Não somos fábrica de fazer 'menininho bonitinho'. A gente tem jovens
que, apesar de todos os nossos esforços, não conseguem se recuperar.
Muitas vezes, por causa de falta de respaldo da própria família e da
comunidade”, avalia Berenice.
O prédio, construído no mesmo modelo das demais unidades, terá capacidade para abrigar 64 internos
Recuperação
Para tentar reverter essa situação, a presidente da instituição
acredita que o caminho seja a criação de unidades menores (como a que
será inaugurada em Santos) e ter bons funcionários. “Cada adolescente
tem um atendimento individualizado, pois cada um tem sua história de
vida, a sua família, seu contexto de vivência escolar”.
Ao ser internado, os técnicos fazem um diagnóstico geral do jovem e, a
partir dele, é feito um plano de atendimento, no qual devem estar as
ações a serem realizadas com o adolescente e a família.
Neste documento também há metas que devem ser alcançadas para que ele
possa ser posto em liberdade. “Cada adolescente tem que ser tratado de
acordo com suas necessidades e é isso que a Fundação (Casa) faz. Mas
cada caso é um caso”.
A Tribuna
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