quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Estudo da Fundação Casa indica mudança no perfil familiar de internos

Em Campinas, 277 jovens cumprem medida socioeducativa nas unidades.
Dados mostram que 50% deles têm família com renda mínima de R$ 2 mil.

Do G1 Campinas e Região
 
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (12) pela Fundação Casa, em Campinas (SP), aponta melhorias nos indicadores do perfil socioeconômico de adolescentes infratores levados para as unidades da cidade durante nos últimos três anos. De acordo com a instituição, houve aumento na quantidade de internos cujas famílias têm casa própria, ou que recebem remuneração superior a três salários mínimos.

Entre os 277 jovens que cumprem medidas socioeducativas na cidade, segundo o relatório, 80% são de famílias que têm moradia própria. Além disso, 50% deles vivem com remuneração superior a R$ 2 mil. Em 2011, 60% dos jovens infratores moravam em imóveis adquiridos pelas famílias, enquanto que 32% dos jovens são de famílias que recebiam mais de três salários mínimos. De acordo com o estudo, 20% dos adolescentes internados estudam no ensino médio, enquanto que 72% estão no segundo ciclo do ensino fundamental e os outros 8% estão no primeiro ciclo.

A Fundação Casa é vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania. As quatro unidades do município são: Casa Campinas e Casa Maestro Carlos Gomes, no San Martin, a Casa Jequitiba no Jardim São Vicente, além da Casa Rio Amazonas, na Vila Georgina.
Estudo da Fundação Casa indica mudança no perfil familiar de internos (Foto: Reprodução EPTV) 
Estudo da Fundação Casa indica mudança no perfil

Arrependimento
Um dos internos entrevistado pela EPTV, afiliada da TV Globo, contou que a família tinha condição econômica estável e nunca faltou nada na casa dele. "Meus pais sempre quiseram ajudar da melhor forma. Foi mais por curiosidade, aí eu gostei da coisa, dinheiro fácil, a gente quer tudo do modo mais fácil", explicou. Outro adolescente relatou que cresceu sem o pai, preso por roubo, e quase não encontrava a mãe, que trabalhava para sustentar a família. "Eu queria ter bens materiais. Eu via muitas pessoas que tinham e eu queria fácil, mas isso não me levou a nada", admitiu.

Avaliação
"Essa melhoria só garante, do meu ponto de vista, subsistência, o básico para sobrevivência. Não dá para dizer que a melhoria na habitabilidade ou renda justifique por si só que tal sujeito, de uma determinada classe social, tenha propensão a um ato infracional", diz o chefe da seção técnica de uma das unidades, Hugo Guimarães.

Os dados da Fundação Casa serão apresentadas para a Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores, com intuito de gerar políticas que melhorem o atendimento aos internos.

Um comentário:

  1. É por falta de vergonha na cara mesmo que eles praticam crimes por aí; tem mais que reduzir essa maioridade penal e enfim esse ECA se prestar aquela criança órfã abandonada e sem qualquer assistência do governo .
    Uma coisa é a vida do crime espontânea outra bem diferente é a criança sem lar e órfã de pai e mãe .

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