Alojamento do Usip que está em condições precárias (Foto: Sindicato dos Agentes/Divulgação)
A reunião entre a nova diretoria da Fundação Renascer e representantes
do Sindicato dos Agentes de Medidas Socioeducativas agendada para a
manhã desta terça-feira (19) foi adiada. Segundo a assessoria de
comunicação da administradora das unidades de ressocialização, a
diretora Marta Leão estava com os secretários de estado e depois se
encontraria com o governador em exercício,
Jackson Barreto,
para tratar das melhorias principalmente para o Centro de Atendimento
ao Menor (Cenam) e para a Unidade de Internação Provisória (Usip).
Os agentes socioeducativos retornaram às atividades na segunda-feira
(18) após a Justiça ter decretado ilegal a greve que durou 106 dias.
“Esta é a terceira reunião adiada. Mudou a direção, mas o tipo de
comportamento continua o mesmo. Não é o fato de a greve ter sido
decretada ilegal que as medidas vão melhorar, o que precisa é
investimento e prioridade por parte do governo”, afirma Sidney Guarany,
presidente do sindicato dos agentes.
Além de melhorias nas condições de trabalho, os agentes pedem a
incorporação de gratificação ao salário-base. “Nós tínhamos uma pauta
com oito itens que foi reduzida apenas para a incorporação da
gratificação por atividade socioeducativa no salário-base que é de R$
633 e isso nos foi negado. A greve foi decretada ilegal por questões
meramente burocráticas, por falta de algumas documentações porque é
muito difícil você conseguir uma carta sindical hoje, mas nós vamos
tentar derrubar essa decisão e recorrer na Justiça”, conta Guarany.
Sidney Guarany reivindica melhores condições de trabalho (Foto: Marina Fontenele/G1)
As unidades de internação de adolescentes infratores estão em situação
precária conforme constatação do próprio Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). O governador Jackson Barreto criou uma comissão provisória para
fazer um diagnóstico desses locais e providenciar melhorias
emergenciais. O relatório deve ser apresentado no prazo de 60 dias e
nele deve constar o porquê do não cumprimento das medidas para a
recuperação desses jovens não estarem sendo executadas.
Representantes do sindicato dos agentes mostra alojamento inundado pela água da chuva
(Foto: Sindicato dos Agentes/Divulgação)
“Rebeliões e fugas existem nessas unidades desde quando nós entrados. A
grande mudança com a nossa categoria dentro da Fundação Renascer foi
que isso acontecia e ficava encoberto. Como somos uma categoria estável e
não terceirizada como antes, somos capazes de fazer essa denúncia e de
colocar as medidas socioeducativas na pauta da sociedade sergipana”,
finaliza Guarany.
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