Tentativa de fuga e violência causam tensão no Pomeri

Complexo de reeducação de menores infratores, no Carumbé, vira um "barril de pólvora

Em pouco mais de 12 horas, os agentes orientadores do Complexo do Pomeri, no bairro Carumbé, em Cuiabá, tiveram que lidar com uma rebelião provocada pelos adolescentes infratores que cumprem atividades socioeducativa. 

Desde o fim de semana passado, o Complexo do Pomeri
 é palco de motim por parte de adolescente infratores

Também houve uma tentativa de fuga, durante a qual os servidores tiveram que correr atrás dos adolescentes.

Desde a última sexta-feira (6), os agentes convivem com o medo e a insegurança em seu local de trabalho.

A tentativa de fuga ocorreu no fim da noite de quarta-feira (11), por volta das 22 horas, após cinco infratores empurrarem os agentes e correrem para o pátio.

Os agentes, no entanto, foram atrás e evitaram a fuga. Com os garotos, foram apreendidos três chuços – armas artesanais confeccionadas com pedaços de metais.

Segundo os agentes, os infratores utilizaram o esquema do "preso doente" e tentaram atropelar os agentes, empurrando-os.

Eles foram chamados pelos adolescentes da cela C da Ala 2, onde um deles supostamente estava passando mal.

Assim que abriram a cela, cinco garotos utilizaram o esquema de fuga conhecido como “cavalo doido”, ou seja, todos, de uma vez, correndo e empurrando os agentes, alguns dos quais chegaram a cair.

Mas, os servidores conseguiram se recuperar e alcançaram os garotos já no pátio e os detiveram, com a ajuda de policiais militares.

Os agentes acreditam que os cinco iriam pular o muro e fugir, embora não tenham encontrado “mariatereza” – corda artesanal confeccionada com pedaços de lençóis e camiseta.

Na parte da manhã, por volta das 8 horas, cinco infratores – sendo três adolescentes e dois rapazes de 18 anos – chegaram a queimar colchões da Ala 1, obrigando os policiais militares a usar munição antimotim. A confusão ocorreu no momento da abertura das celas para o banho de sol.

Cerca de uma hora depois, os garotos foram dominados e transferidos para outra ala. O fogo teria destruído as celas, exigindo uma reforma antes de ser ocupada novamente pelos adolescentes.

Violência

Segundo os policiais militares, três dos cinco líderes do motim estavam na rebelião da segunda-feira (9) à noite.

Na ocasião, seis menores infratores armados com chuços amarrados em cabo de vassoura espancaram quatro agentes orientadores, durante um confronto na Ala 4.

Cansados de trabalhar sob tensão, cerca de 100 agentes orientadores fizeram um protesto na terça-feira (10) de manhã, em frente ao Pomeri, denunciando que os são alvos dos infratores que, diariamente, fabricam armas artesanais e os ameaçam de morte.

Os agentes disseram que pedaços de bandejas se transformam em facas, assim como cabo de vassoura em machadinha, além dos pedaços de ferro retirados das camas de concreto.

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