segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Em 2013, das 170 armas apreendidas em Teresina, 60% eram de menores

Em BH, apreensões de armas com menores aumentou mais de 20% em um ano. Ocorrências mostram que menores infratores estão mais violentos.

Ismar Madeira Belo Horizonte, MG
A polícia de alguns estados brasileiros está alarmada com o aumento dos crimes praticados por crianças e adolescentes com armas de fogo. Um dos motivos é a facilidade de acesso a essas armas.
O sistema de segurança da loja registrou o assalto. Um dos jovens parecia ser menor de idade. Ameaçando os funcionários com revólver, eles levaram dinheiro e joias.
No primeiro semestre deste ano, a PM apreendeu 170 armas em Teresina; 60% delas estavam nas mãos de menores.



“Quando a gente fala menor, crianças ou adolescente, crianças de 11, 12 anos portando armas de fogo” Coronel Sá Júnior, relação públicas da PM-Piauí.

Em Belo Horizonte, o número de apreensões de armas com menores aumentou mais de 20%, de 2011 para 2012, segundo o Tribunal de Justiça de Minas. Em uma farmácia, as câmeras também gravaram os assaltos. Foram dois neste mês.

“Tinha ‘aparentado’ uns 16,17 anos”, declara um homem.

“Eu hesitei um pouco, mostrou a arma, levou tudo, já foi no outro caixa em questão de segundos”, diz uma funcionária.
As ocorrências mostram que o perfil dos menores infratores está mudando. Eles estão praticando crimes com mais violência, ameaçando as vítimas de morte. A facilidade de acesso às armas é um dos motivos.
Um jovem de 17 anos foi preso em flagrante depois de um assalto. Comprou o revólver no centro de Belo Horizonte.

“Não é muito difícil, não. Eles não procuram idade. Querem saber do dinheiro”, declara o menor infrator.
Outro motivo é a sensação de impunidade. Adolescentes infratores podem ficar internados de três meses até três anos.

“Existe esse pensamento de que o adolescente não é punido. Então, os adultos pegam por esse censo comum e entregam a arma para o adolescente que assume ato que não cometeu”, diz Otoniel Bisneto, coordenador administrativo do CEM - Teresina.

“Na mesma hora em que você começa a vender droga, você começa a roubar. Já tem um que coloca uma arma na sua mão”, revela um menor infrator.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê medidas socioeducativas, como oficinas profissionalizantes e acompanhamento de educadores. Um rapaz, que está há dois anos internado, promete não reincidir no crime.

“É caso perdido o cara se envolver nesse mundo aqui. Só tem dois caminhos mesmo: esse aqui onde eu estou e outro, que é pior, a morte”, declara um menor infrator.

http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/09/em-2013-das-170-armas-apreendidas-em-teresina-60-eram-de-menores.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário