Diretor do ISE afirma que é a primeira vez que caso é registrado na unidade.
Adolescentes infratores, entre 15 e 19 anos, incendiaram colchões e roupas no Centro de Apoio à Semiliberdade, Egresso e Família (Casef) do Instituto Socioeducativo (ISE) do Acre nesta terça-feira (20), em Rio Branco.
Menores queimaram colchões na unidade (Foto: Veriana Ribeiro/G1) |
De acordo com Betho Calixto, presidente do Sindicato de Agentes Socioeducativos do Acre, o incêndio só trouxe prejuízos materiais, ninguém saiu ferido, mas o clima ficou tenso na unidade. "Após a chegada do Corpo de Bombeiros e de eles terem normalizado a situação, alguns adolescentes ainda ficaram afoitos, colocando algumas situações que poderiam colocar em risco o plantão da unidade", afirmou.
Considerando o ato como vandalismo, Calixto desconhece o motivo para os adolescentes terem iniciado o incêndio, porém, afirma que existe uma vontade dos menores infratores de se impor dentro da unidade. "Às vezes os adolescentes fazem isso sem ter motivo nenhum, mas às vezes é apenas para amedrontar os profissionais dentro do sistema e querer impor um tipo de autoridade que não é dele, porque quem manda são os profissionais, os servidores, e eles tentam reverter esses papéis", afirma.
O presidente do sindicato reclama também do efetivo para as unidades do ISE. "Trabalhamos com cinco socioeducativos para tomar de conta de 30 até 50 adolescentes. Isso é inadmissível, o sistema que regulamenta deixa claro que temos que trabalhar com um profissional para 5 adolescentes. O sistema que foi hoje alvo de vandalismo dispõe de adolescentes de alta periculosidade. Tínhamos que ter um aumento e colocar instrumentos que garantissem a seguranças desses profissionais", afirmou.
Para o diretor de atendimento em meio fechado do ISE, Leonardo Carvalho, não é necessário aumentar o efetivo na unidade de semiliberdade. "Não é preciso, até pelo perfil, são adolescentes que já estão em semiliberdade, não de internação. Ele tem históricos de atos infracionais e são sujeitos a praticarem outros atos. Mas o fato de ter mais socioeducativos não impediria isso. Isso poderia acontecer dentro da escola, são adolescentes", assegurou.
As medidas de semiliberdade é uma transição do menor infrator da internação para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas em convívio com a sociedade, independentemente de autorização judicial, mas limitando em parte o direito de ir e vir. "Eles não ficam presos lá dentro de cela, eles estão o dia inteiro em atividades na unidade de escola e profissionalizante", explica.
De acordo com Carvalho, atos como esse podem acontecer, mas é a primeira vez que um caso dessa natureza é registrado na unidade de semiliberdade. Ele afirma que o caso será apurado e que os adolescentes podem voltar a ficar internados. "Nós vamos encaminhar um relatório para o juiz da infância, que acompanha esses menores, para tomar as medidas cabíveis. Vai ter uma audiência e eles podem até voltar para o meio fechado e ficar internados", afirmou.
FONTE: G1
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