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Estado do corpo dificultou a identificação por parte dos peritos; menor teve coração arrancado |
PUBLICADO EM 01/07/13 - 14h57
MÁBILA SOARES
A 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) negou recurso impetrado pelas duas adolescentes, de 13 e 14 anos, que mataram de forma brutal uma colega, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana da capital, em maio do ano passado. Depois de ser agredida a facadas, a menina teve o coração e um dedo arrancados.
Condenadas por ato infracional ao crime de homicídio triplamente qualificado (por motivo fútil, com emprego de meio cruel e mediante traição e emboscada), elas entraram com recurso contra a sentença de cumprimento de medida socioeducativa de internação por tempo indeterminado. As duas foram sentenciadas em 27 de julho de 2012 à internação em um centro de reeducação social pela juíza Patrícia Narciso Alvarenga, da comarca de Igarapé.
As duas argumentavam que a juíza deixou de apreciar a tese de sua defesa. As alegações foram rejeitadas pelo desembargador Agostinho Gomes de Azevedo, relator do recurso, que destacou que, quando ouvidas pela autoridade policial e na primeira audiência à juíza, as adolescentes ofereceram uma versão coerente dos fatos e a sustentaram, "razão pela qual a retratação em um novo interrogatório, na qual ambas atribuíam o assassinato a traficantes da região com os quais elas se relacionavam, não merecia crédito".
Por tratar de réus menores de 18 anos, o processo corre em segredo de justiça. Na internação, a cada seis meses, as jovens passam por uma avaliação feita por equipe técnica multidisciplinar e por um magistrado. A medida tem duração indeterminada, podendo ser interrompida a qualquer momento.
Relembre o caso
O corpo da estudante de 12 anos foi encontrado em uma mata próxima de casa, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana da capital, de forma quase irreconhecível. As responsáveis pelo crime são duas garotas, de 13 e 14 anos, amigas da vítima. Elas foram apreendidas e confessaram o crime. Disseram à polícia que mataram a amiga porque elas namoram traficantes e temiam que a vítima os denunciassem a criminosos rivais com quem ela estaria se relacionando. "Elas disseram que pretendiam passar um susto na colega para que ela não revelasse a rotina dos traficantes aos rivais. Mas perderam o controle", disse o delegado Enrique Rocha Solla.
Os depoimentos das duas adolescentes são impressionantes. Revelaram à polícia um crime recheado de crueldade. As duas contaram que atraíram a menor para um matagal com o pretexto de assistirem a um jogo de futebol. Ao chegarem ao local, uma das garotas retirou uma faca da cintura e acertou a menina no pescoço. A estudante ainda tentou correr, mas caiu e recebeu mais um golpe nas costas.
A partir daí, as duas se juntaram e passaram a espancar a amiga com uma barra de ferro. Ao perceberem que a menina ainda agonizava, elas fizeram um corte no tronco da garota e arrancaram o coração. Elas também cortaram um dedo do pé da vítima. A sessão de selvageria só teria terminado em casa, quando as duas entregaram os órgãos a um menino de 8 anos, irmão de uma delas, e mandaram que ele os enterrasse no quintal de casa.
A ideia das duas, segundo o delegado, era mostrar para as mães delas, dizendo que estavam sendo ameaçadas e que, por isso, mataram um traficante. Elas teriam se arrependido e jogado os órgãos no rio Paraopeba. Eles não foram achados.
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