A direção da Fundação Casa começou a
ouvir ontem os adolescentes que participaram de uma nova rebelião na
unidade de Jundiaí. O motim registrado na noite desta segunda-feira (10)
e foi provocado, inicialmente, por cinco menores, e outros 15 aderiram à
rebelião.
Os internos foram ouvidos por
funcionários que compõem a CAD (Comissão de Avaliação Disciplinar) da
Fundação. O objetivo é identificar quem teve participação na rebelião
para que o menor sofra as medidas cabíveis, ou como suspensão de
atividades, ou até mesmo transferência para outra unidade.
Segundo
a diretora da divisão regional, Magali Rainato, a comissão ouvirá ainda
funcionários que foram feitos reféns. “Nessa comissão também serão
ouvidos os colaboradores para saber qual é a real participação de cada
adolescente.”
Ao menos cinco funcionários foram
feitos reféns na noite de anteontem. Segundo relato deles à polícia, os
menores tentaram fugir e, como não conseguiram, passaram a hostilizar
os funcionários e a depredar a unidade.
O motim começou às 21h. Os funcionários foram ameaçados com barras de ferro, utilizadas como arma.
A
Polícia Militar foi acionada e mais de dez viaturas cercaram a unidade
na tentativa de impedir a fuga dos menores. A equipe de contenção da
Fundação Casa, conhecida como Choquinho, foi acionada e entrou na
unidade. Os policiais revistaram o prédio e apreenderam as barras
utilizadas pelo adolescentes.
O Corpo de
Bombeiros foi acionado para ficar de prontidão no local, já que na
última rebelião, registrada em maio, os menores atearam fogo em
colchões.
Pelo menos quatro funcionários ficaram feridos e quatro dos adolescentes também tiveram que passar pelo atendimento médico.
Ao
menos seis jovens com 18 anos que ainda cumprem detenção participaram
do motim e foram identificados pelos funcionários junto à Polícia Civil.
O caso foi registrado como lesão corporal, evasão e motim de presos.
A
última fuga foi registrada em março, quando três adolescentes
conseguiram serrar as grades do dormitório e pularam o muro da unidade. A
fuga só foi descoberta quando os funcionários foram efetuar a contagem
dos menores e somente dois estavam no quarto, onde deveriam haver cinco.
Outras
duas rebeliões foram registradas em maio. Na primeira, 20 menores
tentaram fugir e fizeram oito funcionários reféns. Na segunda tentativa,
registrada na mesma semana, dois funcionários foram rendidos.
http://diariosp.com.br/noticia/detalhe/51980/Fundacao+Casa+ouve+menores+apos+rebeliao
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