A família de um jovem vivia do circo. “A minha família foi passando certa dificuldade ficamos em um cantinho da cidade, em trailer. Fui crescendo e fui indo para a rua”, conta.

Jovem preso aos 13 anos por tráfico de drogas na Fundação Casa de Atibaia
(Imagem: Reprodução / TV Globo)
“Isso que mais pesa na minha mente, saber que foi uma escolha minha de novo de estar aqui. Eu sabia que o que estava fazendo não era certo e uma hora ou outra podia acontecer”, diz.
“Eu sempre digo que a reincidência depende 50% da gente fazer um bom trabalho e 50% do mundo que ele vai encontrar lá fora”, afirma a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella.
A rotina dos 55 menores de Atibaia começa às 6h. A paisagem bucólica da região contrasta com o clima de disciplina e regras rígidas do lado de dentro. Arrumam as camas em dormitórios com beliches para quatro meninos e banheiro.
Tomam o café da manha e vão para a sala de aula. A área onde os meninos ficam a maior parte do dia até parece uma escola. Tem também desenhos na parede. Mas o que tem de diferente são as grades, no meio e na janela. Também por segurança, as carteiras são de plástico.
Dentro da sala, além de cartazes e desenhos, há um segurança. A vigilância é a mesma nas aulas profissionalizantes, na quadra de esportes. Essa participação nas atividades e as sessões de terapia são determinantes para que uma equipe multidisciplinar decida sobre o tempo que o menino ficará internado. Esse modelo veio com a criação da Fundação Casa, que substituiu a antiga Febem, marcada pela superlotação das unidades e por rebeliões.
A Fundação Casa tem 9.068 adolescentes cumprindo medida sócioeducativa. Desses, 4% são meninas. A maior parte dos menores se envolveu com tráfico. Outros 39% praticaram roubos, e 0,9% foi responsável por latrocínios, o roubo seguido de morte.
“Com o crime eu estou relacionado praticamente desde os 10, 11 anos”, conta um jovem.
“Eu fui preso junto com o meu colega. Infelizmente eu estou aqui agora”, lamenta um jovem.
“Vivia fugindo da polícia, arriscar tomar tiro nas costas. Apanhava direto. Era assim a minha rotina lá fora”, lembra outro jovem.
Casos recentes de crimes bárbaros aumentaram a discussão sobre o que fazer com adolescentes infratores no país.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresentou um projeto para mudança do Estatuto da Criança e do Adolescente pedindo que, em casos de crimes hediondos, os menores fiquem até oito anos internados. Hoje, eles podem ficar no máximo três.
O promotor quer mais, e defende a redução da maioridade penal para 16 anos. “Precisamos fazer com que os atos dos menores tenham consequências pra eles. Só eles sabendo que vai ficar preso e cumprir alguns anos é que vai fazer com que ele pense duas vezes antes de atirar”, afirma o promotor Marcelo Luíz Barone.
O Governo Federal já se manifestou publicamente contra a redução da maioridade penal.
Para a socióloga, é preciso investir em prevenção e não em punição. “Para que ele volte para a sociedade de forma a não ser seduzido pelo mundo do crime, a sociedade tem que recebê-lo e dar alternativas para ele. E quem são os órgãos que fazem isso? O principal é exatamente a escola, que tinha que receber este adolescente mostrando que é possível construir uma trajetória de vida fora do mundo do crime”, ressalta Liana de Paula.
O Ministério da Justiça preferiu não se pronunciar sobre a proposta do governador Geraldo Alckmin.
http://www.atibaia.com.br/noticias/noticia.asp?numero=28157
(“Eu sempre digo que a reincidência depende 50% da gente fazer um bom trabalho e 50% do mundo que ele vai encontrar lá fora”), afirma a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella.
ResponderExcluirMais uma conta que só a "Doltora" Bere tem interesse o certo seria sem exagero nenhum 1% de um bom trabalho 9% do mundo que se encontra lá fora e 91% do indivíduo pois quem faz a escolha e já é desde cedo protagonista da sua vida é o próprio indivíduo. Não sei da onde a Berenice tem tanto interesse em não responsabilizar esses ... .