segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Internos do Iases fazem rebelião e mantêm 5 reféns em Linhares, ES


Entre os reféns estavam agentes socioeducativos e educador social.
Não foi identificada motivação para a rebelião, diz direção do Iases.

Cinco pessoas foram feitas reféns durante uma rebelião promovida por internos do Instituto de Atendimento Sócio Educativo do Espírito Santo (Iases), na Unidade de Internação Provisória, em Linhares, Norte do estado, nesta segunda-feira (7). Entre os reféns, estavam quatro agentes socioeducativos e um educador social. Após sete horas de negociação com o Batalhão de Missões Especiais (BME), os internos se entregaram e desistiram da ação. De acordo com a direção do Iases, não foi identificada motivação para a rebelião.


“Bateram, me deram uma 'ripada' aqui, uma barrada de ferro nas costas, chute. Mas, depois eu comecei a conversar e a situação foi controlada e eles pararam de bater na gente. A gente permaneceu o tempo todo algemado ou, então, com os braços amarrados, apertados. Passou pela minha cabeça que eles poderiam começar a nos torturar e eu tenho mais medo de tortura do que da morte”, relatou um agente feito refém, que preferiu não se identificar.
Segundo o diretor presidente do Iases, Leonardo Grobberio, durante a rebelião, os internos quebraram telhas, eletrodomésticos, mesas de jogos e cadeiras. “Eles quebraram muita coisa. Mas foi tudo no chamado espaço de conviência, nada nas moradias. Lá, foram só algumas telhas, mas nada de mais”, contou.
No momento em que a polícia chegou ao local para realizar a perícia, os últimos participantes se entregaram e o tumulto cessou. Segundo os policiais, foram apreendidos objetos cortantes, como tesouras e estiletes, além de rádios.

Internos do Iases fazem cinco reféns em rebelião (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Internos do Iases fazem cinco reféns em rebelião (Foto: Reprodução/TV Gazeta)


“A negociação é, na maioria das vezes, muito delongada, muito longa. Nós não temos prazo, não temos limite. A gente insiste realmente na negociação, porque ela é menos traumática e, como aconteceu, nós conseguimos libertar todos os reféns, conseguimos a rendição de todos eles, sem que ninguém saísse ferido ou lesionado”, disse o comandante da operação, Capitão Carvalho, do BME.
De acordo com o presidente do Iases, não foi identificada a motivação que levou à rebelião. “Eles não falavam o que queriam. A gente perguntava o que eles queriam em troca, mas não era nada. Foi conclusão unânime de que não teve motivação”, falou.
A direção do Iases informou que vai analisar as imagens feitas no momento da rebelião e, caso conclua que houve ameaça à vida de pessoas no local, jovens maiores de idade envolvidos na ação podem ser conduzidos a presídios comuns.

G1





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