segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Em PE, mãe de interno diz que houve agressões e Funase afasta 3 agentes


Depois de falar com filho, uma das mães contou sobre origem da confusão.
Em nota, a Funase disse que os três agentes estão sendo investigados.

Foi tranquilo este domingo (2), primeiro dia de visitas à Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife, após a rebelião da última sexta-feira (30), quando um interno foi morto e esquartejado pelos outros adolescentes da unidade. "Na sexta-feira parecia filme de terror", contou a diarista Miriam Nascimento, mãe de um interno de 16 anos. Depois de entrar, ver o filho e ouvir as histórias, ela conversou com a imprensa. "Na quarta-feira, os monitores botaram eles [os menores da Ala 2] no corredor, todos nus, e deram neles com barrete. Deram muito. A rebelião começou por causa disso", contou ela.

Dia tranquilo após rebelião (Foto: Reprodução/TV Globo)
Do lado de fora, movimentação era tranquila. Após a rebelião, prédio ficoou sem internet, telefone e computadores (Foto: Reprodução/TV Globo)


Em nota, a Funase assegurou que toda denúncia que chega até o órgão é investigada. Segundo a nota, na última quinta-feira (29), três agentes da unidade de Abreu e Lima foram afastados após um adolescente apontar que estava sendo agredido pelos funcionários. Eles estão sendo investigados e, se provado o uso da violência, serão demitidos da Fundação. Sobre as obras de recuperação, o órgão informa que terão início nesta segunda-feira (3).
Neste domingo, por volta das 8h da manhã, parentes dos adolescentes - mães em sua maioria - chegaram para ter notícias dos filhos. A movimentação de policiais era normal. Os parentes traziam lanches, roupas, sapatos e outros itens de primeira necessidade que pudessem ter sido queimados ou perdidos durante a confusão. Uma assistente social e uma psicóloga da Funase faziam o atendimento às famílias em um conteiner na frente do prédio. "Disseram que meu filho está lá dentro, que está tudo bem, mas não me deixaram entrar ainda. Acho que só vão deixar meu filho sair quando estiver morto", lamenta a doméstica Cibele Alves da Silva.


Rebelião
A rebelião da última sexta-feira (30) começou por volta das 19h. Colchões foram queimados e setores do prédio, destruídos. Um adolescente de 17 anos foi assassinado e esquertejado e pedaços do corpo dele foram atirados por cima do muro. Menores chegaram até a fazer uma teresa - corda feita com lençóis - para fugir, tentativa que foi reprimida pela Polícia através de disparos. Não houve reféns nem registro de outros menores feridos.

Cerca de cinquenta jovens com desafetos dentro da Fundação de Atendimento Socioeducativo foram relocados para o Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), enquanto a confusão acontecia.

Esta foi a terceira rebelião em menos de um ano. O Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais conseguiram conter a movimentação por volta das 22h com tiros e bombas de efeito moral.

No sábado, a unidade continuava sem linha telefônica, internet e computadores. Muito lixo podia ser visto dentro do pátio quando as portas foram abertas para visitação. A entidade vai abrir uma sindicância para investigar o motim. No sábado, a direção suspendeu o horário de visitas para o Instituto de Criminalística (IC) fazer vistoria e verificar os danos causados ao edifício.



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