quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Agente denuncia fragilidade na segurança de presídio, em Goiás


Segundo ele, apenas 12 funcionários fiscalizam 1.600 detentos na POG.
Presidente da Aspego diz que fuga pode ocorrer devido à falta de efetivo.


A falta de equipamentos para trabalhar e a fragilidade do sistema penitenciário está preocupando os agentes de segurança das cadeias públicas em Goiás. Um funcionário da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, que preferiu não ser identificado com medo de represálias, afirma que falta contingente e diariamente ele e outros colegas sofrem ameaças dos detentos.
“É humanamente impossível fiscalizar 1.600 presos com apenas 12 agentes, pois temos que suprir todos os postos de trabalho, inclusive os das guaritas. Além disso, somos ameaçados e a gente sai de casa com medo de não voltar. Sabemos que existem armas de fogo dentro das carceragens e não temos equipamentos de segurança suficientes como coletes balísticos para entrarmos para realizar as trancas dos presos”, revela o agente penitenciário.
De acordo com o presidente da Associação dos Servidores do Sistema Prisional de Goiás (Aspego), Jorimar Bastos, além de coletes, faltam armas, algemas e detectores de metais mais modernos para garantir a segurança nas penitenciárias do estado. Ele ainda enfatiza que não acontecem fugas e outros problemas com frequência porque os próprios detentos colaboram.


“O sistema prisional é feito mais ou menos com acordo de cavalheiros para que não aconteça uma coisa pior. Atualmente, se o preso quiser ele sai da penitenciária devido à falta de efetivo”, lamenta Jorimar Bastos.
Caos
Nesta semana, a TV Anhanguera mostrou que os 47 bloqueadores de sinal das operadoras de telefonia celular e internet estão desligados na POG. A tecnologia que deveria ser usada para impedir ligações de dentro da unidade não está sendo utilizada porque, segundo o diretor de segurança prisional João Júnior, o equipamento estava prejudicando a vizinhança.
“A gente fez um teste dos bloqueadores de aproximadamente 36 horas, mas o sinal extravasou o perímetro do complexo prisional e as empresas de telefonia reclamaram que estava atrapalhando os moradores e empresas circunvizinhas. Por isso, todos os bloqueadores foram desligados”, relata João Júnior.
Com a facilidade de entrar nas penitenciárias portando equipamentos móveis de comunicação, detentos estão praticando crimes de dentro das celas. Na segunda-feira (4), o delegado que comandou a apreensão de 600 quilos de maconha em Aparecida de Goiânia e afirmou que o entorpecente foi adquirido por um presidiário de dentro da POG. Para isso, ele estaria usando celulares e tablets, que possivelmente foram entregues pelos próprios funcionários da unidade.
Investimento
O presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep), Edemundo Dias, reconhece que há falhas graves na segurança das penitenciárias, mas anunciou que uma série de investimentos programado para 2013. Entre as melhorias, estão as compras de equipamentos de segurança e bloqueadores de celular e o aumento no número de funcionários. “Estamos abrindo concurso para contratação de agentes prisionais. Enquanto esse concurso não é efetivado, nós estamos contratando 660 vigilantes temporários e 290 para área de saúde também”, declara Edemundo Dias.

http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/12/agente-denuncia-fragilidade-na-seguranca-de-presidio-em-goias.html


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